Catadores de recicláveis ganham programa que fortalece cooperativas e amplia inclusão social em Sergipe

247 - Com foco na valorização dos catadores e no fortalecimento da economia circular, foi lançado em Aracaju, nesta segunda-feira (2), o programa Pró-Catadores, iniciativa que pretende transformar a gestão dos resíduos sólidos nos municípios sergipanos. O projeto apoia a estruturação e profissionalização de cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis, promovendo inclusão social, geração de renda e sustentabilidade ambiental. As informações são do portal do Sebrae Sergipe.

“O Pró-Catadores representa muito mais que capacitação e consultoria. Ele é um instrumento de transformação social e ambiental, que dá protagonismo aos catadores e às suas organizações”, afirmou a superintendente do Sebrae Sergipe, Priscila Felizola. Segundo ela, o fortalecimento dessas cooperativas é também um investimento em dignidade humana e empreendedorismo.

O lançamento contou com a presença de prefeitos, secretários de Estado, representantes do Ministério Público, Tribunal de Contas, Governo do Estado, lideranças ambientais e cooperativas de catadores. O presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, destacou a dimensão social do projeto. “O Pró-Catadores é muito mais do que uma atividade econômica — é uma obra humana que promove inclusão, dignidade e desenvolvimento sustentável”, disse. “Estamos articulando com governos e prefeituras para transformar essa atividade em uma política pública estruturada, que gera impacto social e econômico real.”

O governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, também celebrou a iniciativa e apontou seus reflexos para o futuro do estado. “O Pró-Catadores une desenvolvimento econômico, justiça social e proteção ambiental. Sergipe dá mais um o na construção de uma economia sustentável e inclusiva. Estamos juntos, fortalecendo quem sempre esteve na linha de frente da preservação do meio ambiente”, afirmou.

O programa atuará diretamente com 34 cooperativas, alcançando 465 catadores cooperados em igual número de municípios. Também serão atendidos 100 catadores autônomos, com ações voltadas à qualificação profissional, consultorias em gestão e incentivo à formalização, inovação, melhoria de processos e comercialização dos recicláveis. Um dos objetivos centrais é estimular que as prefeituras em a contratar essas cooperativas para a execução da coleta seletiva de maneira justa, profissional e contínua.

Atualmente, Sergipe possui 52 organizações de catadores ativas e cerca de 1.944 trabalhadores envolvidos com a coleta e separação de resíduos recicláveis, uma força invisível que movimenta a economia circular e protege o meio ambiente diariamente.

Entre os exemplos de resistência e superação está a cooperativa de Tobias Barreto, que mesmo após perder toda sua estrutura em um incêndio, permanece ativa. Agora, encontra no Pró-Catadores a possibilidade de reerguer-se e se fortalecer.

Para Adriano dos Santos, representante da Associação Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (ANCAT) nos estados de Sergipe, Rio Grande do Norte e Ceará, a proposta responde a uma demanda histórica. “As cooperativas precisam de capacitação, estrutura e reconhecimento. Esse projeto é fundamental porque orienta as prefeituras e fortalece os catadores, que há anos já fazem esse trabalho essencial”, afirmou. “O Pró-Catadores oferece consultoria para melhorar a gestão, ampliar a capacidade técnica e permitir que essas cooperativas possam, de fato, ser contratadas pelos municípios para executar a coleta seletiva, de forma justa e profissional.”

Além do impacto social, a meta do programa é aumentar em 10% a organização interna das cooperativas, o que deverá se refletir em um crescimento proporcional no faturamento, ampliando a autonomia dessas entidades e a participação no mercado da reciclagem. O projeto também está integrado ao programa Cidade Empreendedora, atuando em parceria com prefeituras e instituições locais.

O Pró-Catadores se consolida, assim, como uma ferramenta de transformação — um modelo a ser observado nacionalmente, como defende o Sebrae. Mais do que uma política ambiental, a iniciativa firma-se como um compromisso com a cidadania e a justiça social.