Haddad diz que ajuste fiscal foi pensado para “não comprometer a trajetória virtuosa que vivemos”
"Deu muito trabalho conversar com cada ministro, mexer no indexador do salário mínimo, no abono, no BPC, no Bolsa Família", afirmou
247 – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou nesta quarta-feira (4/12), durante o Fórum Brasil em 10 anos, promovido pelo portal Jota em Brasília, as estratégias do Governo Federal para conciliar ajustes fiscais com justiça social. Segundo Haddad, as medidas adotadas foram pensadas para manter a trajetória virtuosa de crescimento econômico, ao mesmo tempo em que preservam os direitos dos mais vulneráveis. "Deu muito trabalho conversar com cada ministro, mexer no indexador do salário mínimo, no abono, no BPC, no Bolsa Família. Tudo isso foi feito no sentido de buscar justiça, e não de prejudicar os pobres, sabendo que é necessário fazer uma contenção de gastos para não comprometer a trajetória virtuosa que estamos vivendo", afirmou, de acordo com reportagem da Agência Gov.
O chefe da pasta econômica apontou 2025 como um ano estratégico para avançar no combate à desigualdade social. Ele explicou que a ausência de eleições e uma pauta legislativa menos sobrecarregada criarão condições favoráveis para debater soluções estruturais. "Será a primeira vez que o Brasil vai debater o tema de maneira consistente. Vamos ter uma oportunidade única de discutir a redução da desigualdade no Brasil com pretensão de fazer justiça social duradouramente", afirmou Haddad.
Crescimento sustentável e medidas de equilíbrio fiscal
Haddad ressaltou que, no terceiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,9%, superando expectativas, reflexo de um planejamento econômico focado na revisão de distorções estruturais. O ministro destacou ações como combate à evasão fiscal, revisão de benefícios tributários e maior eficiência na arrecadação como medidas iniciais para recompor a receita pública, que caiu cerca de 3% do PIB entre 2010 e 2023. "Estamos tomando medidas para garantir que esse crescimento seja sustentável. A trajetória que alcançamos não é trivial. Ela depende de ajustes que permitam estabilidade no longo prazo e segurança para os investimentos", pontuou.
O ministro também lembrou os desafios impostos pelo teto de gastos, que limitava investimentos sociais sem levar em conta a perda de arrecadação. Segundo ele, o governo busca equilibrar as contas públicas sem sacrificar direitos fundamentais, como o novo Bolsa Família, o Fundeb e o piso salarial da enfermagem. "Como você vai pagar tudo isso com menos receita do que tinha há 10 anos">