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      Galípolo atribui estouro da meta de inflação em 2024 à economia forte e ao câmbio

      Banco Central tem tomado as devidas providências para que a inflação atinja a meta estabelecida, disse

      Gabriel Galípolo (Foto: Reuters/Adriano Machado)
      Bianca Penteado avatar
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      BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central tem tomado as devidas providências para que a inflação atinja a meta estabelecida, disse nesta sexta-feira o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, após descumprimento do alvo em 2024, apontando que a desvalorização do real ainda pressionará os preços neste ano.

      Em carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Galípolo disse que o BC tem definido a taxa Selic para assegurar a convergência da inflação à meta e reforçou que, diante de um cenário mais adverso, a autarquia antevê duas elevações de 1 ponto percentual nos juros básicos.

      A inflação no país fechou 2024 em 4,83%, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirmando o estouro do teto da meta, uma possibilidade que o BC já projetava em dezembro como próxima a 100%.

      A meta de inflação é de 3%, com uma banda de tolerância até o limite inferior de 1,5% e teto de 4,5%.

      Na carta, Galípolo afirmou que o principal fator a levar ao rompimento do teto da meta foi a inflação importada, que contribuiu com 0,72 ponto percentual para o desvio do índice de preços.

      Dentro desse componente, a desvalorização do real teve efeito de alta de 1,21 ponto, seguida das cotações das commodities em geral, com efeito de 0,10 ponto. Por outro lado, a queda do preço internacional do petróleo, com efeito de -0,59 p.p., contrabalançou parcialmente esses impactos.

      "A significativa depreciação cambial decorreu principalmente de fatores domésticos, complementada pela apreciação global do dólar norte-americano", afirmou, citando como fator a percepção do mercado sobre a política fiscal do governo.

      No documento, o presidente da autarquia apontou que o processo de depreciação cambial no Brasil começou em abril de 2024 e se intensificou ao longo do ano.

      "Assim, parcela dos efeitos diretos e indiretos do ree cambial ainda deve se efetivar em 2025", disse.

      Galípolo também citou como fatores que colaboraram para o estouro da meta de 2024 a inércia do ano anterior (0,52 p.p.), o hiato do produto (0,49 p.p.) e as expectativas de inflação (0,30 p.p.).

      Esta foi a oitava vez que a evolução dos preços ao consumidor no país rompeu os limites de tolerância estabelecidos para o ano. Em 26 anos do regime de metas de inflação no Brasil, o estouro ocorreu em 2001, 2002, 2003, 2015, 2017, 2021, 2022 e 2024.

      “A inflação em 2024 ficou acima do intervalo de tolerância em decorrência do ritmo forte de crescimento da atividade econômica, da depreciação cambial e de fatores climáticos, em contexto de expectativas de inflação desancoradas e inércia da inflação do ano anterior”, acrescentou.

      Em relação aos preços à frente, a carta ressaltou que as projeções do cenário de referência do BC apontam que a inflação ficará acima do teto da meta até o terceiro trimestre de 2025, entrando depois em trajetória de declínio, mas ainda permanecendo acima do centro do alvo.

      O BC acelerou o ciclo de alta nos juros básicos no fim do ano na tentativa de debelar a inflação, diante de uma persistente desancoragem das expectativas de mercado para os preços à frente, em um cenário com atividade aquecida, incertezas externas e dúvidas sobre a política fiscal.

      Em dezembro, a autarquia elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano, prevendo mais duas altas equivalentes em janeiro e março deste ano, nas primeiras reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) com Galípolo na presidência do BC e uma diretoria que ou a ter maioria de indicados pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva.

      Esta foi a última carta feita pelo BC para explicar o descumprimento do alvo para a inflação no regime que considerava o ano calendário para avaliar se o objetivo foi cumprido.

      A partir deste ano, a a vigorar no Brasil a avaliação do cumprimento da meta num horizonte contínuo. No novo sistema, a carta aberta será produzida se a inflação acumulada em 12 meses ficar por seis meses consecutivos fora do intervalo de tolerância.

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