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      Estrella questiona papel do Brasil diante do colapso do mundo unipolar e vê encruzilhada histórica

      Ex-diretor da Petrobras defende retomada da industrialização e soberania nacional para que o Brasil atue de forma autônoma no novo cenário geopolítico

      (Foto: TV 247)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O geólogo Guilherme Estrella, ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras entre 2003 e 2012 e coordenador da equipe responsável pela descoberta das reservas do pré-sal, concedeu entrevista à Aepet-Bahia durante o lançamento do livro Produção versus Rentismo, organizado pelo jornalista Carlos Pereira e publicado pela editora Página 8. O evento ocorreu no Clube de Engenharia, no Rio de Janeiro, e reuniu nomes ligados à engenharia nacional e ao pensamento desenvolvimentista.

      Na entrevista, Estrella traçou uma análise contundente do cenário geopolítico atual, marcado, segundo ele, pelo colapso do "polo unipolar homogêneo norte-americano e europeu do capitalismo financeiro internacional". Em seu lugar, afirmou, surge um novo eixo de poder representado pelos BRICS — bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — que desafia a hegemonia ocidental.

      “O Brasil é um dos países mais ricos e importantes do mundo, mas não é um país industrializado. Nós não temos soberania fornecida pela indústria para que nos seja possível, com mais tranquilidade, participar dessa reorganização geopolítica mundial”, declarou.

      Estrella defende a urgência de um novo projeto nacional de desenvolvimento, com autonomia e soberania, capaz de transformar as riquezas naturais do país em base para a reconstrução da indústria brasileira. “Não é possível continuarmos como estamos”, alertou.

      O geólogo, que é conselheiro do Clube de Engenharia, advertiu que o Brasil está numa encruzilhada histórica e não pode ocupar uma posição subalterna no novo arranjo global. “Nós não podemos nos enxergar nesse novo polo geopolítico que está se formando de uma forma secundária, de uma forma subordinada, de uma forma não soberana.”

      Em sua avaliação, a recuperação das empresas estatais é fundamental para a retomada do protagonismo nacional e da política de conteúdo local. “É fundamental que nós venhamos a financiar empresas brasileiras que operam no Brasil, principalmente na área de engenharia”, defendeu, reforçando que a industrialização é caminho obrigatório para a redistribuição da renda nacional.

      Estrella também fez duras críticas ao modelo econômico vigente, denunciando que quase metade dos recursos do Estado é destinada ao pagamento da dívida pública. “Isso tem que acabar. Nós estamos sofrendo uma política do Banco Central que é absolutamente contrária aos interesses nacionais e contrária à soberania nacional”, declarou com indignação.

      Segundo ele, a dependência de capitais estrangeiros em um país rico como o Brasil revela uma distorção profunda e injusta. “A industrialização significa, inicialmente, justiça social. Então esse é o nosso grande desafio.”

      Para Estrella, o livro Produção versus Rentismo é “pequeno em volume, mas grande em seu significado”, especialmente neste momento de inflexão geopolítica e necessidade de repensar os rumos do país. A obra aponta para um caminho de reconstrução da soberania brasileira, por meio da valorização da produção, da ciência, da engenharia e da indústria nacional. Assista:

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