Empresas da B3 perdem R$ 141,8 bilhões após tarifaço de Trump
Segundo levantamento, a capitalização total das companhias na B3 recuou de R$ 4,22 trilhões no início do mês para R$ 4,08 trilhões em apenas oito dias
247 - Desde o último dia 2 de abril, data que ficou marcada como o "Dia da Libertação" pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o mercado brasileiro tem sofrido um forte baque. A decisão do republicano de sobretaxar produtos de cerca de 180 países provocou uma onda de incertezas que derrubou o valor de mercado das empresas listadas na B3, a Bolsa de Valores brasileira. Até o fim do pregão desta quinta-feira (10), a perda acumulada somava R$ 141,8 bilhões. Os dados são da consultoria Elos Ayta e foram divulgados pelo Metrópoles.
Segundo o levantamento, a capitalização total das companhias na B3 recuou de R$ 4,22 trilhões no início do mês para R$ 4,08 trilhões em apenas oito dias. No centro da queda esteve a Petrobras, cuja desvalorização respondeu por mais da metade do total perdido no período. “A petroleira viu seu valor de mercado recuar R$ 88,7 bilhões em apenas oito dias, atingindo R$ 417,6 bilhões”, explica Einar Rivero, sócio da Elos Ayta. O montante representa o menor patamar desde agosto de 2023, evidenciando um movimento significativo de desvalorização.
A Vale ficou em segundo lugar entre as companhias que mais perderam valor. A mineradora teve um recuo de R$ 17,7 bilhões, fechando o dia 10 com R$ 225,3 bilhões em capitalização. A PetroRio completa o pódio das maiores quedas, com perda de R$ 5,5 bilhões, somando agora R$ 27 bilhões em valor de mercado.
Outros setores estratégicos também foram impactados. Entre eles, o Banco do Brasil, que perdeu R$ 4,5 bilhões; a Gerdau, com R$ 3,5 bilhões a menos; e a operadora Tim, que teve queda de R$ 2,6 bilhões. Empresas que vinham com bom desempenho no ano, como Embraer e Santander Brasil, também enfrentaram ajustes negativos.
No total, as dez companhias que mais se desvalorizaram no período representaram 94% das perdas da B3, com R$ 133,5 bilhões de queda. O setor de exploração e refino de petróleo foi o mais afetado, com três empresas — Petrobras, PetroRio e Brava — entre as maiores perdas. A retração é atribuída diretamente à queda na cotação internacional do petróleo, motivada pela expectativa de desaceleração da economia global em decorrência da guerra tarifária iniciada pelos Estados Unidos.
Para o analista Einar Rivero, o momento é de cautela generalizada entre os investidores. “Mais do que os números absolutos, o recado é claro: o investidor está pisando no freio — e olhando com lupa para cada balanço, cada decisão de política econômica, cada sinal emitido por Brasília e pelo mundo”, afirmou. Segundo ele, o cenário atual reflete uma confluência de fatores como ruídos fiscais, aversão ao risco externo e um ambiente de crescimento global cada vez mais incerto.
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