Em recuperação judicial, Azul pede perdão aos clientes por maus serviços prestados
“Tenho de pedir perdão porque ito que podia ter feito melhor”, disse John Rodgerson
247 - O executivo norte-americano John Rodgerson, CEO da Azul Linhas Aéreas, enviou cartas para quase 1 milhão de ageiros que foram prejudicados por atrasos, cancelamentos ou outros problemas nos serviços da empresa no ano ado.
“Tenho de pedir perdão porque ito que podia ter feito melhor”, afirmou Rodgerson, homem de confiança do fundador David Neeleman em entrevista exclusiva ao Brazil Economy, na sede da companhia em Barueri (SP).
De acordo com CEO, a restauração da confiança dos clientes não a apenas pelo pedido de desculpas. Após reestruturar um ivo de R$ 14 bilhões e eliminar R$ 11 bilhões em dívidas, a Azul captou R$ 3,1 bilhões em dinheiro novo.
“Reconheço que 2024 foi um ano desafiador para nós, da Azul. Tivemos vários obstáculos ao mesmo tempo, desde problemas de fornecimento de aeronaves e recebimento de motores até dificuldades com o gerenciamento de horários de voos, cancelamentos e outros transtornos”, disse Rodgerson.
No Brasil, a campanha pretende incentivar o turismo interno, com foco em mostrar as belezas nacionais e conectar diferentes regiões. “O Brasil tem várias cidades incríveis, as paisagens mais bonitas, as praias mais lindas do mundo… E muitos brasileiros ainda não conhecem”, destacou Rodgerson.
A empresa informou que está expandindo sua malha aérea, com foco em cidades do interior e destinos menos convencionais. A companhia investirá R$ 4 bilhões em novos aviões e, por consequência, aumentar sua capacidade em 10% este ano.
Com uma frota de mais de 200 aeronaves, a empresa consegue cobrir todas as regiões brasileiras. Atualmente, a Azul voa para mais de 150 destinos, mas consegue voar em 100 deles. A empresa também é a maior operadora dos jatos modelo E195-E2, de última geração da brasileira Embraer. Com a chegada do primeiro E2, a Azul já soma 31 aviões E195-E2 em sua frota.
Mais estatísticas
No ano ado, a Azul teve uma receita líquida de R$ 19,5 bilhões, um recorde histórico, alta de 4,4% no comparativo com 2023. No quarto trimestre de 2024, o lucro operacional, ou Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), atingiu R$ 1,95 bilhão, aumento de 18% em relação aos três meses anteriores e 33% acima do verificado no mesmo período de 2023.
A receita de carga e outros serviços totalizou R$ 401,2 milhões, 9,9% acima do mesmo período de 2023. A receita de carga internacional subiu 54% na mesma base de comparação.
A Azul também reforçou as operações internacionais da Azul. Neste ano, a companhia ou a operar voos diretos para Curaçao (Caribe), Madri (Espanha), Montevidéu (Uruguai), e Mendoza e Bariloche (Argentina).
Gol
A empresa negocia uma eventual fusão com a rival Gol. Se o negócio for concretizado, a nova companhia deterá cerca de 60% do mercado de voos domésticos. O Conselho istrativo de Defesa Econômica (Cade) analisará o caso em 2026.
“Essa união seria boa para todos os lados. Quem critica a fusão, com o argumento de concentração de mercado, não entende nada de aviação. O país precisa ter uma companhia forte, com maior conectividade e melhores preços para os consumidores”, afirmou Rodgerson.
“A Latam tem 68% do mercado no Peru, a Avianca tem 58% na Colômbia, a Air Canada tem 55% no Canadá, e a British Airways e a Lufthansa têm mais de 50% no Reino Unido e na Alemanha. Ninguém reclama deles lá.”
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