Copom elevará Selic a 14,25% nesta semana em meio a sinais econômicos positivos
Economistas preveem continuidade no ciclo de alta dos juros; indicadores econômicos como projeção do PIB e inflação apontam cenários otimistas
247 - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia nesta terça-feira (18) sua reunião de dois dias para deliberar sobre a taxa básica de juros, a Selic. A expectativa majoritária é de que o colegiado eleve a taxa em 1 ponto percentual, atingindo 14,25% ao ano, conforme já sinalizado em reuniões anteriores. As informações são da revista Exame.
Este patamar, caso confirmado, será o mais alto desde 2016. Contudo, a atenção dos agentes econômicos está voltada para o comunicado que acompanhará a decisão, buscando indícios sobre os próximos os da política monetária do BC.
De acordo com relatório do Bradesco, "será importante observar a comunicação do Copom e eventuais sinalizações para as decisões futuras". Após a reunião de março, o BC havia deixado em aberto suas próximas ações, condicionando-as aos dados econômicos subsequentes.
Uma pesquisa de opinião pré-Copom, realizada pelo BTG Pactual, revelou uma divisão no mercado sobre a postura que a autoridade monetária deveria adotar. Cerca de 38% dos participantes defendem que o Copom mantenha a porta aberta, emitindo um comunicado "sem indicação explícita para a próxima reunião". Por outro lado, uma parcela ligeiramente menor acredita que o tom deveria ser de "redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros na próxima reunião".
Para Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, "o cenário econômico [como um todo] está levemente melhor do que na reunião de janeiro". Ele acrescenta que "o Comitê deve manter uma postura firme e cautelosa, com um comunicado em tom duro, assim como nos últimos encontros, devido às incertezas e aos desafios ainda presentes".
Caio Megale, economista-chefe da XP, compartilha dessa visão. Ele afirmou que não há dúvida de que o Copom deve decidir por subir os juros em 1 ponto percentual esta semana. "Em dezembro, o Copom sinalizou 3 altas de 1%. Já entregou duas e vai entregar a terceira essa semana. A Selic vai a 14,25%", destacou.
Cenário econômico brasileiro dá indicadores otimistas
Em meio às discussões de aumento da Selic, economistas de bancos e outras instituições financeiras reduziram a previsão para a inflação ao final deste ano pela primeira vez após 20 semanas. De acordo com o Boletim Focus, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar 2025 com alta de 5,66%, ante projeção de 5,68% na semana anterior.
Além disso, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), registrou um avanço de 0,9% em janeiro de 2025 na comparação com o mês anterior, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central.
O resultado, bem acima das projeções do mercado, levou o presidente Lula a celebrar o desempenho da economia brasileira. "A economia brasileira cresceu 0,9% em janeiro de 2025 em comparação com o mês anterior, a maior alta desde junho do ano ado. Economia crescendo, a indústria aquecida e mais empregos para os brasileiros. Por essas e outras que eu digo que esse é o ano da colheita", escreveu o presidente em suas redes sociais.
A alta de janeiro também representa um crescimento de 3,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado de 12 meses, o avanço é de 3,8%. Em 2024, o PIB brasileiro fechou com uma expansão de 3,4%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: