Brics se consolida como motor do desenvolvimento global, afirma Celso Amorim
Assessor especial da Presidência destacou a importância do bloco para a multipolaridade e a cooperação entre países do Sul Global
247 – O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, afirmou que o Brics é o "novo nome do desenvolvimento" no cenário global. Em entrevista publicada pela Sputnik Brasil nesta segunda-feira (24), o diplomata ressaltou a crescente relevância do bloco na construção de um mundo multipolar e no fortalecimento da cooperação entre nações emergentes.
"O Brics é um grupo de países em desenvolvimento que busca a prosperidade, mas também quer a paz. E eu acredito que a principal busca no mundo em que vivemos hoje é pela paz", declarou Amorim. O assessor especial e ex-ministro das Relações Exteriores enfatizou que o Brasil tem sido um defensor da multipolaridade e da integração do Sul Global desde os primeiros mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na década de 2000. "Nós já acreditávamos na multipolaridade antes mesmo de esses nomes terem sido elaborados e discutidos", acrescentou.
Amorim também abordou a ampliação do bloco, argumentando que a expansão deve ser conduzida com equilíbrio para evitar a perda de coesão entre os membros. "Acho que o Brics tem que ter uma abertura, e os países em desenvolvimento têm que se sentir representados. Mas, operacionalmente, não pode se expandir indefinidamente porque, para atuar concretamente em questões importantes, tem que manter uma certa coesão", explicou.
O ex-chanceler destacou ainda que o Brics tem desempenhado um papel fundamental no fortalecimento das relações entre seus integrantes e outras economias estratégicas. Segundo ele, a existência do grupo tem contribuído para equilibrar alianças globais e reforçar os laços bilaterais entre seus membros. "Isso facilita muito o comércio, que cresceu enormemente com quase todos os países", afirmou.
Atualmente, o Brics conta com 11 membros: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Indonésia, Irã e Etiópia. Na última cúpula do grupo, realizada na Rússia, foi anunciada a criação de uma nova categoria de países parceiros, que inclui Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
Neste ano, o Brasil assume a presidência rotativa do Brics, e a cúpula de líderes está marcada para os dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro. O evento será uma oportunidade para aprofundar as discussões sobre cooperação econômica, segurança global e novas formas de integração entre os países emergentes. O governo brasileiro pretende utilizar a presidência do bloco para reforçar sua posição como um dos principais articuladores da multipolaridade no cenário internacional.
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