Bolsas globais despencam com tarifas de Trump e retaliação de China, Canadá e México
Medidas protecionistas dos EUA intensificam guerra comercial e provocam forte reação dos principais parceiros econômicos
247 – As principais bolsas de valores do mundo registraram quedas acentuadas nesta terça-feira (4), após China, Canadá e México anunciarem retaliações às tarifas impostas pelos Estados Unidos. A escalada da guerra comercial gerou turbulência nos mercados financeiros, afetando os principais índices de Wall Street e da Europa.
Segundo informações da Reuters, os mercados já vinham sofrendo impactos negativos desde a véspera, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou a aplicação das tarifas de importação. Nesta terça-feira, o índice Dow Jones caiu 1,55%, o S&P 500 recuou 1,22% e o Nasdaq Composite perdeu 0,35%. Na Europa, as quedas também foram expressivas: o índice alemão DAX recuou 3,54%, o inglês FTSE 100 cedeu 1,27% e o francês CAC 40 caiu 1,85%.
As tarifas anunciadas por Trump impõem um aumento de 25% sobre produtos importados do Canadá e do México, além de uma taxa de 20% sobre importações chinesas. A decisão faz parte da estratégia do governo norte-americano de adotar medidas protecionistas para fortalecer a produção interna, mas tem gerado forte oposição por parte de seus principais parceiros comerciais.
Reação internacional e retaliações
O Canadá foi o primeiro a responder de forma contundente. O governo do primeiro-ministro Justin Trudeau anunciou tarifas de 25% sobre produtos americanos que somam US$ 107 bilhões em importações. Segundo Trudeau, as medidas entrarão em vigor gradualmente nos próximos 21 dias. “Nossas tarifas permanecerão em vigor até que a ação comercial dos EUA seja retirada”, declarou o premiê canadense.
A China também não demorou a agir. O governo de Pequim impôs novas tarifas de 10% a 15% sobre exportações agrícolas norte-americanas e anunciou restrições de exportação e investimentos para mais 25 empresas dos EUA. As medidas entram em vigor na próxima segunda-feira (10) e devem afetar diretamente US$ 21 bilhões em exportações agrícolas americanas.
Além disso, a China já havia elevado a tributação sobre fontes de energia, automóveis e equipamentos agrícolas americanos em fevereiro, como resposta a sanções anteriores de Washington.
O México, sob a liderança da presidente Claudia Sheinbaum, indicou que também adotará sanções comerciais, mas os detalhes das medidas serão divulgados no próximo domingo (9). “Não há razão, fundamento nem justificativa para apoiar essa decisão (do governo americano), que afetará nosso povo e nossas nações. Ninguém ganha com essa decisão”, afirmou Sheinbaum durante coletiva de imprensa.
Impacto global e incertezas econômicas
A escalada das tensões comerciais reforça os temores de uma desaceleração global. Analistas apontam que as medidas protecionistas de Trump podem desencadear um ciclo de represálias que impactará negativamente o comércio mundial, aumentando custos para empresas e consumidores.
Enquanto investidores acompanham os desdobramentos, cresce a pressão sobre o governo dos EUA para buscar uma solução diplomática antes que a guerra comercial cause danos irreversíveis à economia global.
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