Morte de Sebastião Salgado, mestre da fotografia documental, repercute na imprensa internacional
Academia de Belas Artes da França também lamentou a morte do fotógrafo brasileiro, expressando "profundo pesar" pela morte de seu "colega"
247 - A morte do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, aos 81 anos, repercutiu amplamente na imprensa internacional. Reconhecido por sua estética em preto e branco e pela força de sua denúncia social, Salgado foi homenageado por veículos de comunicação e instituições culturais de diversos países
Segundo o jornal O Globo, a alemã Deutsche Welle destaca que Salgado “registrou trabalhadores, indígenas e paisagens colossais, percorreu dezenas de países e marcou como poucos a fotografia este milênio”. A Academia de Belas Artes da França também lamentou sua partida, expressando “profundo pesar” pela morte de seu “colega”.
Nascido em 1944 na vila de Conceição do Capim, no interior de Minas Gerais, Salgado revolucionou o fotojornalismo ao documentar, com rara sensibilidade estética, realidades muitas vezes invisibilizadas. Seu trabalho revelou ao mundo o cotidiano de trabalhadores rurais, populações indígenas, refugiados e vítimas de conflitos e desastres ambientais, sempre com um olhar humanista e apurado domínio da luz natural. Suas composições, muitas vezes carregadas de lirismo, também expunham as contradições do sistema social global.
Antes de mergulhar na fotografia, Salgado se formou em economia, com mestrado pela Universidade de São Paulo e pela Sorbonne. Foi durante uma viagem de trabalho à África, já atuando como economista, que começou a fotografar com uma câmera Leica. Três anos depois, optou por abandonar sua carreira como secretário da Organização Internacional do Café para se dedicar integralmente à fotografia, tornando-se um fotojornalista independente.
Radicado em Paris, trabalhou inicialmente em agências como Sygma e Gamma, antes de integrar a prestigiada agência Magnum. Um momento decisivo de sua trajetória ocorreu em 1981, quando cobria os 100 primeiros dias do governo de Ronald Reagan nos Estados Unidos. Durante esse período, o então presidente sofreu um atentado a tiros em Washington, e as imagens feitas por Salgado circularam globalmente. O dinheiro obtido com a venda das fotografias permitiu que o brasileiro retornasse à África para realizar seu primeiro projeto autoral — o início de uma jornada que o consagraria como um dos maiores nomes da fotografia mundial.
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