Chico César: 61 anos de criatividade, originalidade e revolução musical
Cantor e compositor paraibano tem trazido grandes contribuições para a MPB e a poesia no Brasil
247 – Neste domingo, 26 de janeiro, celebramos os 61 anos de Francisco César Gonçalves, mais conhecido como Chico César, um dos nomes mais inventivos e multifacetados da música brasileira. Cantor, compositor, escritor e jornalista, Chico César é um artista que desafia rótulos e convenções, criando uma obra singular que mistura ritmos regionais, poesia afiada e uma visão de mundo profundamente humanista.
Nascido em 1964, na pequena cidade de Catolé do Rocha, no sertão da Paraíba, Chico César cresceu em um ambiente marcado pela cultura popular nordestina. Desde cedo, ele foi influenciado pelo repente, pelo coco, pelo baião e pelas histórias contadas pelos griôs locais. Essa base cultural, somada à sua formação acadêmica em Jornalismo e sua vivência em São Paulo, onde se mudou na década de 1980, moldou um artista único, capaz de dialogar com o regional e o universal.
A Música como Expressão de Liberdade
Chico César emergiu no cenário musical brasileiro nos anos 1990, trazendo uma sonoridade fresca e uma abordagem lírica que misturava humor, crítica social e uma profunda sensibilidade poética. Seu álbum de estreia, "Aos Vivos" (1995), já anunciava sua originalidade, com canções como "Mama África" e "À Primeira Vista", que se tornaram hinos de resistência e celebração da diversidade cultural.
Sua música é uma fusão de ritmos brasileiros, como o forró e o maracatu, com influências do reggae, do funk e até da música africana. Essa mistura, longe de ser aleatória, reflete sua visão de mundo: uma defesa intransigente da pluralidade e da liberdade criativa. Chico César não se prende a fórmulas; ele as reinventa.
Poesia e Política: A Arte Engajada de Chico César
Além de sua genialidade musical, Chico César é conhecido por suas letras afiadas e engajadas. Canções como "Respeitem Meus Cabelos, Brancos" e "Demarcação Já" abordam temas como o racismo, a luta dos povos indígenas e a valorização da cultura negra. Sua música é, ao mesmo tempo, um espelho e um farol: reflete as dores e as alegrias do povo brasileiro, mas também aponta caminhos para a transformação social.
Chico César também é um defensor ferrenho da cultura popular e das tradições nordestinas. Em suas apresentações, ele costuma dizer que "o sertão é o mundo", uma frase que sintetiza sua crença na universalidade das raízes locais.
Além da Música: Um Artista Multidisciplinar
A criatividade de Chico César não se limita à música. Ele é também escritor, com livros publicados que exploram temas como identidade, cultura e política. Além disso, sua atuação como gestor cultural, à frente da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (FUNESC), demonstra seu compromisso com a democratização do o à arte e à cultura.
Ao completar 61 anos, Chico César cultiva um legado que inspira novas gerações de artistas. Sua música, marcada pela originalidade e pela coragem de experimentar, influenciou nomes como Liniker, Elza Soares e Criolo, que veem nele um exemplo de autenticidade e engajamento.
Chico César também é um símbolo de resistência em um cenário cultural muitas vezes dominado por padrões comerciais. Ele prova que é possível fazer arte de qualidade, com profundidade e relevância, sem abrir mão de suas raízes e de suas convicções. Confira uma de suas obras-primas:
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