BTG assume prêmio da música brasileira e busca associar sua marca à MPB, um dos maiores patrimônios nacionais
Banco de André Esteves pretende também criar divisão de negócios musicais e apoiar artistas
247 – A música brasileira é um dos maiores patrimônios culturais do país, reconhecida internacionalmente por sua riqueza e diversidade. Do samba ao forró, do choro ao funk, do sertanejo ao rap, o Brasil se destaca pela pluralidade de gêneros e talentos espalhados por todas as regiões. Buscando fortalecer essa identidade e associar sua marca a um dos principais símbolos do país, o BTG Pactual acaba de fechar um acordo de naming rights com o Prêmio da Música Brasileira, que agora a a se chamar Prêmio BTG Pactual da Música Brasileira. A parceria terá duração de cinco anos e, segundo informações publicadas pelo Valor Econômico, o investimento do banco será direcionado para a descoberta e valorização de novos talentos.
A edição de 2025 já está marcada para o dia 4 de junho, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Criado em 1987 como Prêmio Sharp, o evento é um dos mais longevos e prestigiados do país, tendo premiado mais de 1.500 artistas em suas 31 edições. Neste ano, a procura para participar foi recorde: 15 mil músicos se inscreveram, um crescimento significativo em relação aos 12 mil do ano anterior. A lista de indicados será divulgada em 9 de abril, durante um evento em São Paulo.
A música como identidade cultural do Brasil
Para o fundador do prêmio, José Maurício Machline, a transformação do setor musical nas últimas décadas trouxe desafios e oportunidades. Se por um lado a tecnologia facilitou a produção, por outro tornou a visibilidade um desafio ainda maior.
“Antigamente, produzir música custava muito dinheiro; hoje basta ter uma sala com computador para gravar. Isso democratizou o processo”, avalia Machline.
Mas, segundo ele, a facilidade de produção não garante espaço para os novos artistas.
“Hoje é necessário comprar espaço nos streamings para participar de playlists. Ter seguidores nas redes sociais também é importante para impulsionar a música”, explica.
Nesse contexto, a curadoria do prêmio ganha ainda mais relevância, pois garante visibilidade a talentos de diferentes estilos e regiões.
“A busca contempla músicos de diversos ritmos e sotaques, que transmitem toda a pluralidade e a riqueza brasileiras”, reforça Machline.
Esse mosaico cultural fez com que a música brasileira se tornasse um dos produtos culturais mais exportados do país, influenciando artistas internacionais e conquistando público no mundo todo. De Tom Jobim a Anitta, de Luiz Gonzaga a Emicida, de Elza Soares a Marisa Monte, a MPB e seus desdobramentos seguem como uma das maiores expressões da identidade nacional.
Novas categorias e homenagem a Chitãozinho & Xororó
O prêmio de 2025 terá mudanças importantes. O funk, gênero que se consolidou como uma das principais expressões da juventude brasileira, ganhará categoria própria. Além disso, haverá a fusão do rap e do trap, gêneros que vêm crescendo exponencialmente no cenário nacional.
Outra novidade será a homenagem a Chitãozinho & Xororó, dupla que revolucionou o sertanejo e abriu caminho para o gênero se tornar um dos mais ouvidos no Brasil. Ícones da MPB como Tom Jobim, João Bosco, Lulu Santos, Ary Barroso, Gal Costa, Jackson do Pandeiro, Rita Lee, Milton Nascimento, Elis Regina, Gilberto Gil, Luiz Gonzaga e Vinícius de Moraes já foram homenageados em edições anteriores.
BTG aposta na música como pilar estratégico
A entrada do BTG Pactual na premiação não é um movimento isolado. O banco pretende criar uma divisão de negócios musicais, oferecendo e estratégico para artistas e explorando novas oportunidades no setor.
“Consideramos a música um patrimônio e queremos ser reconhecidos como o banco da música brasileira”, afirma André Kliousoff, diretor de marketing do BTG Pactual.
“Ainda estamos estudando a melhor forma de fazer isso, mas a ideia é ajudá-los a ter visão de negócios”, acrescenta.
Essa estratégia faz parte de um movimento maior do banco, que nos últimos anos tem expandido sua atuação para além dos serviços financeiros, apostando também em educação, empreendedorismo, turismo e gastronomia.
Setor de eventos musicais segue em crescimento
Após um forte crescimento impulsionado pelo fim das restrições da pandemia, o setor de eventos ao vivo continua aquecido. Segundo projeções da PwC, a receita de festivais e shows no Brasil deve ter crescido 4,8% em 2024, atingindo US$ 174 milhões. Esse avanço é superior à média global, estimada em 4,2%, com receita de US$ 41,4 bilhões.
Os patrocínios desempenham um papel fundamental nesse crescimento. Em 2024, as marcas representaram 19,5% da receita do setor, um leve aumento em relação aos 19,3% de 2023 e 19,05% de 2022.
No ano ado, o Prêmio da Música Brasileira contou com patrocínios de iFood, Prio, ArcelorMittal e da Prefeitura do Rio de Janeiro. Para 2025, os novos patrocinadores ainda não foram anunciados. A chegada do BTG Pactual fortalece ainda mais a premiação, garantindo recursos para ampliar sua relevância e contribuir para a valorização da música brasileira como patrimônio nacional e internacional.
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