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      Tragédia no Rio Grande do Sul completa um ano e expõe urgência da crise climática

      Estudo revela que influência humana aumentou em 15% a intensidade das chuvas que devastaram o estado em maio de 2024, deixando 184 mortos

      Centro de Porto Alegre inundado (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
      Aquiles Lins avatar
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      247 - Há exatamente um ano, o Rio Grande do Sul vivia o maior desastre climático de sua história. As chuvas que começaram no final de abril de 2024 transformaram-se, em poucos dias, em uma catástrofe sem precedentes: cidades submersas, rodovias convertidas em rios e comunidades inteiras isoladas. Os números oficiais da Defesa Civil revelam a dimensão da tragédia: 184 mortos, 25 desaparecidos, 81 mil desabrigados e 2,3 milhões de pessoas afetadas direta ou indiretamente.

      Conforme dados da Organização da COP-30 Amazônia, a influência humana aumentou a intensidade das chuvas em 15% em comparação ao seu potencial natural. O aquecimento global é apontado como o principal responsável pelo fenômeno. "Não podemos continuar tratando a crise climática como um problema do futuro. O futuro chegou, e ele está molhado de sangue e lágrimas no Rio Grande do Sul", alerta o climatologista Francisco Aquino, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

      A tempestade que virou desastre

      As primeiras pancadas de chuva chegaram no dia 27 de abril, mas foi no início de maio que a situação saiu do controle. Bacias hidrográficas interligadas fizeram com que o excesso de água de rios e afluentes desaguasse no Lago Guaíba, em Porto Alegre, que atingiu 5,37 metros – superando a marca histórica de 1941. Na região metropolitana, cidades como Eldorado do Sul, Canoas e São Leopoldo foram tomadas pelas águas em questão de horas.

      No Vale do Taquari, um dos locais mais atingidos, o rio subiu a 30 metros com velocidade assustadora. "Este foi o maior desastre por inundação da história do Brasil, e está diretamente ligado à mudança do clima", afirma Aquino. Segundo ele, oceanos mais quentes alteraram os padrões de circulação de ar, criando condições para eventos extremos. "Choveu em quatro dias o equivalente a um terço da precipitação anual do estado. Isso não é normal, é um sinal evidente da crise que vivemos."

      Reconstrução e resistência

      Roseli Pereira Dias, assessora da Cáritas Brasileira no RS, viu sua casa em Canoas ficar 33 dias alagada. "Só temos o essencial em casa, por medo de perder tudo de novo", relata. Mesmo desabrigada, ela ajudou a coordenar doações e a reconstrução de 40 casas em comunidades carentes. Um ano depois, o trauma persiste, especialmente entre crianças e idosos.

      Marcelo Dutra da Silva, professor de Ecologia da FURG, critica a falta de planejamento: "Construímos em várzeas, desmatamos nascentes e subestimamos a drenagem urbana. A conta chegou." Ele defende que a reconstrução exige adaptação urgente, com zoneamento de risco e infraestrutura resiliente.

      COP30 e o alerta global

      A tragédia gaúcha ganhou dimensão internacional e será tema central na COP30, em Belém. "A escolha da Amazônia como sede não é casual. A floresta regula o clima na América do Sul, e seu desmatamento intensifica eventos extremos", explica o geólogo Rualdo Menegat, da UFRGS.

      Enquanto o RS ainda se recupera, o mundo precisa agir. Para os gaúchos, maio de 2024 não foi apenas um mês de chuvas – foi um marco na crise climática que exige ação global imediata.

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