Lula e Guterres reúnem líderes mundiais para destravar agenda climática rumo à COP30
Encontro virtual visa mobilizar chefes de Estado em torno de ações concretas, com foco na entrega das novas metas climáticas até setembro
247 - Em meio a crescentes tensões geopolíticas e à lenta atualização dos compromissos climáticos internacionais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, lideram nesta quarta-feira (23) um encontro virtual com chefes de Estado para impulsionar o diálogo global sobre a mudança do clima. A iniciativa foi divulgada pela ONU e conta com a participação do presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago, além de representantes de algumas das maiores economias do mundo e países especialmente vulneráveis aos efeitos da crise climática.
“A mobilização é o grande impulso do Brasil nesta preparação para a COP30, porque sabemos que o contexto internacional não é favorável aos avanços climáticos. Mas acreditamos que há um forte desejo de tratar do tema. Este diálogo faz parte do compromisso de Lula e Guterres de trabalharem juntos para ampliar a mobilização dos líderes mundiais”, afirmou Corrêa do Lago, em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (22).
O objetivo do encontro é estimular o engajamento de alto nível com vistas à Conferência do Clima, que será realizada em novembro, em Belém (PA). Para o assessor especial de Guterres e secretário-geral adjunto da Ação Climática da ONU, Selwin Hart, este é um momento decisivo. “Precisamos do engajamento dos líderes neste momento crítico. O grupo convidado é pequeno, mas representativo. São economias relevantes, ex-co-presidências do Acordo de Paris e países altamente vulneráveis”, explicou Hart.
A expectativa é de que a reunião também sirva como um alerta sobre a urgência de atualizar as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que representam os compromissos de cada país para redução das emissões de gases de efeito estufa. Das 196 nações signatárias da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima, apenas 19 apresentaram até agora metas revisadas. O prazo, inicialmente previsto para fevereiro, foi prorrogado até setembro.
“Estamos pressionando para que alguns países apresentem suas NDCs antes de setembro. O secretário-geral foi solicitado a convocar um evento de alto nível para dar visibilidade às novas metas, e ele já sinalizou que fará isso”, acrescentou Hart.
A presidência brasileira da COP30 vem sinalizando que pretende mudar a dinâmica das conferências climáticas, com mais ênfase em resultados e ações concretas. “Já negociamos o suficiente. Agora é o momento de mostrar ações, exemplos, soluções. Isso é fundamental para que as pessoas acreditem no processo e no multilateralismo”, defendeu Corrêa do Lago.
A COP30, marcada para ocorrer entre 10 e 21 de novembro, representa um marco importante: além de celebrar os dez anos do Acordo de Paris, será uma oportunidade de reforçar a importância do multilateralismo em meio às crises internacionais. “É precisamente nesses momentos de incerteza que precisamos de uma liderança global forte, com clareza, coragem e colaboração. O Acordo de Paris ainda é nossa maior esperança para enfrentar a crise climática”, afirmou Hart.
Segundo ele, outros encontros preparatórios deverão acontecer até a conferência de Belém, reforçando o protagonismo do Brasil na articulação climática global em 2025.
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