“Estamos com a China pelo bem-estar do povo e pelos interesses econômicos do país”, disse primeiro-ministro malaio
O primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim, deu uma entrevista conjunta ao Grupo de Mídia da China e à Televisão Astro Awani da Malásia
CGTN – Durante a visita de Estado do presidente chinês, Xi Jinping, à Malásia, o primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim, deu uma entrevista conjunta ao Grupo de Mídia da China (CMG, na sigla em inglês) e à Televisão Astro Awani da Malásia.

Ele disse que a visita do presidente Xi Jinping não é apenas uma troca amigável, mas também representa que as relações amigáveis entre os dois países em vários aspectos atingiram um novo patamar. A Malásia se beneficiou muito da cooperação com a China. “Estamos com a China pelo bem-estar do povo, pelos interesses econômicos do país, pelos interesses de desenvolvimento e pela soberania nacional”, afirmou Anwar Ibrahim.
Repórter: Quando se trata das relações amigáveis entre a Malásia e a China, a Malásia sempre foi considerada uma "potência média". O mundo de hoje enfrenta vários desafios, e nossa situação geopolítica e econômica é cheia de incertezas. Como todos sabem, a decisão dos EUA de aumentar as tarifas agravou esses problemas. Como a Malásia pode manter sua posição em suas interações com a China e os Estados Unidos em várias áreas?
Anwar: As relações comerciais e de investimento da Malásia com os Estados Unidos continuam fortes, mas aderimos ao princípio do livre comércio e incentivamos o investimento com a precondição de que nossos próprios interesses não sejam prejudicados, porque a Malásia é um Estado livre, independente e soberano. A política da Malásia não será abalada, e permaneceremos abertos. Essa é a nossa posição e também o consenso dos países da ASEAN. Estamos com a China pelo bem-estar do povo, pelos interesses econômicos do país, pelos interesses de desenvolvimento e pela soberania e integridade nacionais. Não deveríamos e não precisamos estar sujeitos a nenhum outro país. Rejeitamos a pressão de outros países! Nossa atitude é que seremos bons para quem for bom para nós. Damos as boas-vindas à China! Devo enfatizar que a China é um país grande, com forte desenvolvimento econômico e um exército poderoso, mas nunca sentimos qualquer problema ou pressão em nossas relações com a China. A igualdade, a consulta amigável e o respeito mútuo entre a Malásia e a China significam muito para mim. Temos conversas francas. É claro que há consensos e também diferenças nas trocas entre nossos dois países, mas os resolvemos por meio de consultas amigáveis.
Em 2025, a Malásia atuará como presidente rotativa da ASEAN. Sob a orientação estratégica dos líderes da China e dos países da ASEAN, o conceito da comunidade China-ASEAN de futuro compartilhado está enraizado nos corações das pessoas. A China é a primeira parceira de diálogo da ASEAN a aderir ao Tratado de Amizade e Cooperação no Sudeste Asiático, a primeira grande economia a estabelecer a área de livre comércio com a ASEAN e um dos primeiros países a firmar uma parceria estratégica abrangente com a ASEAN. Em 2024, o volume comercial entre a China e a ASEAN ultraou US$ 980 bilhões, e os dois lados foram os maiores parceiros comerciais um do outro por cinco anos consecutivos. Depois que os Estados Unidos anunciaram a imposição das chamadas "tarifas recíprocas" a todos os parceiros comerciais, Anwar pediu aos países da ASEAN que "se unissem e permanecessem firmes" em resposta à política tarifária anunciada pelo governo dos EUA.

Anwar: É inegável que essa guerra tarifária tem um impacto sobre nós, porque a Malásia é um país que depende muito do comércio e nós defendemos o livre comércio. Então, sempre que encaramos tais problemas, a Malásia certamente será afetada de uma forma ou de outra, mas devemos permanecer sensatos. Na reunião especial dos ministros da economia, dos ministros das finanças da ASEAN e dos governadores dos bancos centrais realizada na semana ada, todos os países acreditavam que deveriam desempenhar seu próprio papel em vez de reclamar dos problemas causados pelos outros. Devemos fortalecer a cooperação em comércio e investimento dentro da ASEAN e com países amigos, especialmente com a China. A própria ASEAN tem uma força enorme, então adotamos essa decisão. Mas, ao mesmo tempo, não fechamos a porta para consultas e negociações com os Estados Unidos para reconstruir o panorama de livre comércio. A situação com a China é diferente. Primeiro, a China é nossa vizinha; segundo, as relações Malásia-China são boas e não há problemas; terceiro, o desenvolvimento econômico da China beneficia a Malásia. Portanto, penso que deveríamos adotar uma atitude pragmática a este respeito. Se os outros me derem um pêssego, eu os recompensarei com uma ameixa.
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