'Que seja tudo esclarecido', diz ministro da Defesa sobre intentona golpista do 8/1

247 - O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse nesta quinta-feira (5), durante evento realizado em São Paulo,que deseja que todos os fatos relacionados à tentativa de golpe de Estado que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023 sejam "totalmente esclarecidos". "Interessa mais a eles, por conta de seus conceitos, que há muitos que querem somente a verdade, para poder separar o joio do trigo, para saber quem comprometeu o nome das instituições", afirmou o ministro, de acordo com o UOL. 

O ministro também se pronunciou sobre a polarização política e ideológica que marca o momento atual no Brasil, apontando que, em meio a tantas divisões, o mais importante é buscar a verdade. "Em um período de muita polarização, de muita ideologização, bandas, lados, cada um querendo ter razão e ninguém procurando a verdade, devemos a esses homens, se um dia nós os deletamos pelo que vivemos, hoje nós precisamos creditar a eles, às três Forças, o que nós somos. Aonde nós chegamos. A preocupação é absoluta com o país", afirmou, referindo-se aos atuais comandantes das Forças Armadas, que também estavam presentes no evento.

José Múcio Monteiro foi mencionado na defesa do ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira, no julgamento da denúncia feita pela Procuradoria-geral da República (PGR) sobre a tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro. Nogueira, ao apresentar sua defesa no Supremo Tribunal Federal (STF), destacou que estava alinhado com o comandante do Exército em 2022 e incluiu Múcio como testemunha de sua defesa.

No contexto do julgamento, Nogueira solicitou que a denúncia fosse aceita e, para tanto, indicou as testemunhas que, em sua opinião, seriam cruciais para o esclarecimento dos fatos. Entre os indicados estavam o próprio José Múcio Monteiro, além dos ex-comandantes do Exército, general Freire Gomes, e da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Almeida de Baptista Júnior.

O caso da denúncia contra o chamado "Núcleo 4", grupo envolvido em ações de desinformação, também segue em andamento. Nesta segunda-feira (5), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deu início ao julgamento da denúncia apresentada pela PGR contra sete integrantes do chamado "núcleo 4" da trama golpista que tentou manter Jair Bolsonaro no poder após as eleições de 2022. Os denunciados são acusados de propagar notícias falsas e organizar ataques virtuais a instituições e autoridades. Caso a Primeira Turma do STF aceite a denúncia, os acusados se tornarão réus e responderão a ação penal no Supremo.

O grupo é composto por dois majores da reserva, um subtenente, um tenente-coronel e um coronel: Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército), Ângelo Martins Denicoli (major da reserva), Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente), Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel) e Reginaldo Vieira de Abreu (coronel). Além deles, também fazem parte do grupo o policial federal Marcelo Araújo Bormevet e o presidente do Instituto Voto Legal, Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, que foi o responsável pela elaboração de um documento questionando o sistema de votação brasileiro.