Presidente do INSS não descarta reabertura de agências para atender vítimas de fraudes nas aposentadorias

247 - O presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, afirmou que a reabertura de agências para atender às vítimas de fraude em suas aposentadorias ou pensões não está descartada, caso os canais digitais não atendam à demanda. O instituto iniciou, nesta terça-feira (13), o processo de notificação de 9 milhões de beneficiários que já tiveram algum desconto associativo indevido ou devido.

Waller explicou que, atualmente, a maior parte dos atendimentos é realizada de forma digital, através do aplicativo e do site Meu INSS, que juntos atendem 89 milhões de pessoas mensalmente. "Atendemos mais de 97 milhões de pessoas mensalmente. Desse total, 89 milhões são atendidos pelo app e site, que são os canais preferidos para esse tipo de atendimento. Outros 6 milhões usam o telefone 135, e 2 milhões comparecem às agências", detalhou em entrevista à GloboNews, de acordo com o UOL.

Com uma rede de 1.570 agências espalhadas por mais de 700 municípios, o presidente ressaltou que a reabertura de agências não traria benefícios para aqueles em situação de exclusão digital ou moradores de regiões mais distantes. "A abertura de agências para esse tipo de atendimento só geraria tumulto, trazendo pessoas que já utilizam outros meios de atendimento", ponderou Waller.

Apesar disso, o presidente do INSS não descartou a possibilidade de abrir as agências caso a demanda ultrae a capacidade dos canais digitais. "Vamos monitorar os atendimentos e, se for necessário, vamos abrir os canais presenciais", afirmou Waller.

As notificações enviadas nesta terça-feira são direcionadas a beneficiários que já tiveram descontos associativos aplicados em suas aposentadorias ou pensões, sejam eles válidos ou indevidos. O presidente do INSS destacou que, se 100% dos beneficiários que sofreram descontos forem vítimas de fraude, o valor a ser ressarcido pode atingir R$ 5,9 bilhões. 

No entanto, ele acredita que o número real será significativamente menor, já que as fraudes começaram em 2019, enquanto os descontos associativos datam de 1994. "Precisamos verificar quantas pessoas foram efetivamente fraudadas", disse.

Até o momento, mais de R$ 1 bilhão em bens e valores das associações investigadas foi apreendido, e este montante será utilizado para ressarcir os beneficiários prejudicados. Se necessário, o INSS recorrerá ao judiciário para garantir o pagamento das indenizações. "O governo entrará com a diferença apenas se essas apreensões não forem suficientes", explicou Waller.

A Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal, identificou que diversas associações cobravam mensalidades de aposentados e pensionistas de maneira irregular, sem o consentimento dos beneficiários. Além disso, na semana ada, o INSS notificou os beneficiários que não foram afetados por esses descontos. Gilberto Waller Júnior informou que até o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu a notificação.

"Havendo diferença, será discutido de onde vai sair esse dinheiro. O que precisamos assegurar é que ninguém vai sair no prejuízo", concluiu o presidente do INSS.