Mercadante vê falta de reciprocidade de Leite e Zema com governo federal diante de reação aos vetos na renegociação de dívidas

247 – O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, criticou a reação dos governadores Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, aos vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao programa de renegociação de dívidas. Conforme relatado pela Folha de S. Paulo, Mercadante acredita que há falta de reciprocidade dos estados em relação ao governo federal.

Os vetos do presidente Lula a trechos do projeto de renegociação de dívidas foram criticados pelos governadores em redes sociais. Ambos sinalizaram a intenção de articular com o Congresso Nacional para derrubar os vetos.

Mercadante afirmou ser compreensível que governadores defendam os interesses financeiros dos respectivos estados, mas enfatizou que a União tem carregado um histórico de negociações com impactos expressivos na dívida pública.

"O presidente Lula orientou o BNDES a construir uma relação republicana com os estados. O BNDES e o Novo PAC têm trabalhado nessa diretriz", diz. "Entretanto, é muito difícil avançar nesse sentido quando não há o mínimo de reciprocidade por parte de alguns governadores de oposição."

Apoio federal e cobrança de reciprocidade

O presidente do BNDES ainda classificou a posição do Rio Grande do Sul como “inacreditável” diante do apoio federal após as chuvas e inundações que atingiram o estado gaúcho no ano ado. Conforme relatado por Mercadante, houve o envio de R$ 25,7 bilhões em recursos para 464 municípios do RS.

"Mesmo diante de uma resposta inédita, rápida e de grande alcance e eficácia, nunca recebemos uma única mensagem do governador. Ao contrário, o governador ataca a renegociação das dívidas dos estados, sinaliza que vai articular com parlamentares de oposição a derrubada dos vetos e afirma que recebeu com 'extrema preocupação e indignação' a medida do governo federal", critica Mercadante.