Lindbergh pede tornozeleira eletrônica para Bolsonaro e alerta risco de fuga
Líder pede cautelares contra o ex-presidente, citando Zambelli e Eduardo Bolsonaro como indícios de articulações internacionais contra o Judiciário
247 - O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), protocolou nesta terça-feira (3) uma representação junto à Procuradoria-Geral da República solicitando que o Supremo Tribunal Federal (STF) imponha o uso de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação é da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, e integra o mais recente capítulo da crise institucional envolvendo aliados do ex-mandatário.
O parlamentar argumenta que há "periculosidade processual concreta", apontando risco de fuga e tentativa de obstrução da Justiça. “Posteriormente à formalização da denúncia [da PGR], Jair Bolsonaro tem adotado posturas públicas e privadas que denotam periculosidade processual concreta, com risco real à instrução criminal, à aplicação da lei penal e à preservação da ordem pública e institucional”, diz o documento assinado por Lindbergh.
Entre os elementos apresentados como justificativa, está o caso da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que fugiu do Brasil e anunciou que não pretende retornar. O deputado também menciona Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, que permanece nos Estados Unidos. Segundo Lindbergh, há suspeitas de que Eduardo esteja articulando com o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, possíveis sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
“Ambos [Eduardo e Zambelli] são investigados em procedimentos análogos e possuem conexão direta com Jair Bolsonaro, que inclusive itiu publicamente o financiamento da permanência de Eduardo nos EUA por meio de doações realizadas via Pix”, destaca a representação.
O pedido também inclui a proibição de Bolsonaro ar embaixadas, consulados, aeroportos, rodoviárias, portos, fronteiras e outros pontos que poderiam ser usados como rotas de fuga. O parlamentar solicita ainda que o ex-presidente não possa sair do Distrito Federal sem autorização judicial, além da proibição de manter contato com testemunhas ou outros investigados no processo que apura a tentativa de golpe de 2022.
A representação lembra que Bolsonaro já buscou asilo diplomático. Durante o Carnaval de 2024, o ex-presidente se refugiou na embaixada da Hungria em Brasília, o que acendeu alertas nas autoridades sobre a possibilidade de manobras internacionais para evitar responsabilizações judiciais.
Lindbergh também cita um episódio envolvendo uma ligação de Bolsonaro ao senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), na véspera do depoimento do parlamentar no processo. Embora Mourão tenha afirmado à coluna que a conversa tratou apenas de “data e horário” do depoimento, além de questões pessoais, o episódio é interpretado na representação como mais um indício de interferência indevida.
“Há a necessidade de impedir o o do réu a locais sensíveis que poderiam ser utilizados como via diplomática para fuga ou articulação contra o Estado brasileiro”, sustenta o texto encaminhado ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, e ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF.
Além do pedido contra Bolsonaro, Lindbergh solicitou nesta terça a prisão de Carla Zambelli e a cassação de seu aporte diplomático.
A análise da representação agora está nas mãos da Procuradoria-Geral da República e do ministro Alexandre de Moraes, que já conduz os principais inquéritos sobre os atos golpistas de janeiro de 2023 e o núcleo político que os estimulou.
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