Lindbergh entregará à PF dossiê contra Eduardo Bolsonaro: "mais grave que o 8 de janeiro"
Documento reúne encontros nos EUA, vídeos e declarações em que deputado "ameaça" Alexandre de Moraes com apoio de autoridades estrangeiras
247 - O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), afirmou a Paulo Cappelli, do Metrópoles, que entregará nos próximos dias à Polícia Federal um dossiê contendo registros da atuação internacional de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
A iniciativa de Lindbergh ocorre após determinação do próprio Moraes para que a PF colha o depoimento do deputado petista e obtenha documentos que possam embasar a nova investigação sobre a conduta de Eduardo Bolsonaro no exterior. O inquérito em questão foi instaurado pelo STF para apurar suposta tentativa do deputado de interferir no curso de julgamentos que envolvem seu pai, Jair Bolsonaro (PL), por tentativa de golpe de Estado.
O material reunido por Lindbergh inclui vídeos, declarações públicas e registros de encontros de Eduardo com autoridades dos Estados Unidos. Nessas reuniões, de acordo com o petista, foram discutidas possíveis sanções contra Moraes e outras autoridades brasileiras, como o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
“O que Eduardo Bolsonaro está fazendo é mais grave que o 8 de janeiro. É a continuação do golpe, movimentando uma potência estrangeira para fazer coação no curso do processo”, afirmou Lindbergh. Para ele, o filho do ex-presidente age com o objetivo de "ameaçar" os magistrados responsáveis por julgar Jair Bolsonaro e seus aliados no STF.
Lindbergh também destacou que o dossiê contém registros que não são públicos: “não adianta Eduardo Bolsonaro apagar vídeos e postagens. Nossa equipe já mapeou e registrou tudo. Inclusive, agendas com autoridades dos EUA que não estavam nas redes sociais".
O deputado petista é autor de pedidos encaminhados ao Supremo que solicitam tanto a apreensão do aporte quanto a prisão preventiva de Eduardo, sob a justificativa de que sua atuação configura ameaça ao Judiciário brasileiro e tentativa de obstrução de Justiça.
Por sua vez, Eduardo Bolsonaro rebateu a abertura do novo inquérito, afirmando que o procurador-geral Paulo Gonet “deu um tiro no pé” ao formalizar a denúncia. Na avaliação do deputado do PL, a apuração promovida pelo STF fortaleceria, paradoxalmente, os argumentos utilizados por ele para que sanções internacionais sejam aplicadas contra Moraes e, agora, também contra o próprio PGR.
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