Empresário turco-brasileiro Mustafa Göktepe é preso pela PF em São Paulo por ordem do STF
Defesa afirma que extradição solicitada pela Turquia é “perseguição política” e espera que o Supremo rejeite o pedido
247 - Está preso na sede da Polícia Federal em São Paulo o empresário Mustafa Göktepe, cidadão turco-brasileiro detido por determinação do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão, revelada nesta quarta-feira (1º), atendeu a um pedido do governo da Turquia, que acusa Göktepe de integrar uma organização terrorista.
De acordo com o jornal O Globo, o empresário, que vive no Brasil há mais de duas décadas e é naturalizado brasileiro há 13 anos, é apontado como opositor do presidente turco Recep Tayyip Erdogan. Segundo a acusação turca, ele estaria vinculado ao movimento Hizmet, fundado pelo clérigo Fethullah Gülen — ex-aliado de Erdogan e falecido em 2024, no exílio nos Estados Unidos. O Hizmet é classificado como organização terrorista pela istração turca, que responsabiliza o grupo pela tentativa de golpe de Estado em 2016.
Em nota, o advogado de defesa Beto Vasconcelos repudiou a solicitação de extradição feita por Ancara. “O pedido do governo turco representa uma violenta e ilegal perseguição política”, afirmou. Ele ainda destacou que Göktepe “é brasileiro naturalizado há 13 anos, residente estável no Brasil há 21 anos, é casado com uma brasileira, pai de duas filhas brasileiras, empresário, professor visitante na USP, conhecido pela defesa da democracia, tolerância política e religiosa”.
A decisão de Dino se baseou na constatação de que o pedido de extradição preenche os critérios previstos na Lei de Migração brasileira. O governo da Turquia apresentou os documentos exigidos, como a identificação do acusado, a descrição dos fatos atribuídos a ele e a ordem judicial emitida por autoridades turcas.
Apesar da prisão cautelar, o mérito do pedido de extradição ainda será analisado pelo Supremo. Vasconcelos declarou ter “confiança de que, assim que o STF receber nossas informações, revogará a prisão e negará a extradição”. Ele lembrou ainda que “o STF, por duas vezes e de forma unânime, já negou pedidos idênticos a este”.
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