Ciro Nogueira diz que Lula não precisa temer nova federação: “não seremos contra o Brasil”

247 - A formação da federação entre União Brasil e Progressistas, batizada de União Progressista, promete provocar novos realinhamentos no Congresso Nacional. Em entrevista à coluna de Igor Gadelha, no Metrópoles, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), um dos articuladores do bloco, declarou que o governo Lula “não tem que ter medo” da aliança, mas avisou que ela funcionará como um “dique de proteção à sociedade” contra iniciativas que julgar nocivas ao país.

"Essa federação não é de apoio ao governo. Mas também não vai ser contra o Brasil", disse o parlamentar. "Todas as medidas que forem apresentadas pelo governo e que possam fazer com que as pessoas sintam confiança na política econômica terão o nosso apoio. Mas todas as medidas que vierem com viés de arrecadação, de criar mais tributos, aumentar a carga tributária, contarão com a oposição sistemática da federação", completou.

Ciro destacou que a federação terá um perfil de centro e que seu surgimento representa o encerramento de um ciclo político no país: “Eu vejo essa federação como uma grande bússola política. O ciclo do PT, com o presidente Lula, está se encerrando. Nas eleições adas, o Brasil mandou um grande recado de apoio ao centro. Essa federação deu um salto de união, mesmo com divergências, para trabalharmos pelo país, por quem produz e empreende.”

Com 109 deputados, 14 senadores, mais de 1.300 prefeitos e seis governadores, a União Progressista já nasce como o maior agrupamento do Congresso Nacional. Segundo Ciro, a articulação visa consolidar um novo polo de poder que supere a velha lógica de “toma lá, dá cá” e rejeite o crescimento do Estado e o que ele chama de “assalto às estatais”.

Apesar de manter quadros com cargos no governo, como ministros indicados por ambos os partidos, Ciro defende que esse ponto precisa ser revisto. “Cria um constrangimento termos ministros neste governo que nós não apoiamos. Eu espero que essa saída aconteça. Por mim, meu partido nem teria entrado com nenhum indicado”, afirmou.