Ceron diz que governo adiou pagamento de precatórios para ajudar política monetária
Secretário do Tesouro Nacional afirmou que os pagamentos de precatórios devem ser normalizados em julho
BRASÍLIA (Reuters) - O adiamento dos desembolsos de precatórios que seriam feitos nos primeiros meses deste ano foi uma decisão deliberada do governo para não criar pressão inflacionária e ajudar o trabalho do Banco Central na política monetária, disse nesta terça-feira o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.
"Ajuda a não criar mais pressão na atividade econômica neste momento", disse o secretário.
Em entrevista para comentar dados fiscais, Ceron afirmou que os pagamentos de precatórios -- que caíram de R$31,8 bilhões no primeiro trimestre do ano ado para R$872 milhões nos primeiros três meses de 2025 -- devem ser normalizados em julho.
Segundo ele, o pagamento total das sentenças judiciais será de aproximadamente R$70 bilhões, sendo que R$44 bilhões ficarão fora da meta fiscal, após autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na entrevista, o secretário disse que os gastos do governo com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) seguem em trajetória de forte crescimento e geram preocupação, defendendo que seja feito um debate sobre o programa assistencial.
Após o governo apresentar as diretrizes orçamentárias de 2026 com um buraco de R$118 bilhões em medidas arrecadatórias ainda não apresentadas, Ceron disse que as iniciativas serão anunciadas em julho.
Ele argumentou que o esforço fiscal do governo tem gerado resultados primários consistentemente melhores do que no ado, o que pode ajudar no trabalho do BC no combate à inflação.
O secretário afirmou que a política monetária restritiva impacta a gestão da dívida pública, que tem parte significativa dos títulos atrelada à taxa Selic.
Ceron, no entanto, defendeu a atuação do BC e disse que quanto antes esse trabalho der resultado, mais cedo a autarquia poderá reduzir os juros básicos.
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