Centrão e oposição disputam cargos na Petrobras
Disputa por diretorias na estatal envolve nomes do PL, enquanto a presidente Magda Chambriard resiste à interferência política
247 - As articulações políticas em torno da Petrobras se intensificam no rastro da reforma ministerial do governo Lula (PT). Segundo Malu Gaspar, do jornal O Globo, lideranças do Centrão e até mesmo da oposição veem na mudança de cargos na estatal uma oportunidade para ampliar sua influência. A principal meta desses grupos é garantir espaço na diretoria da companhia, explorando a expectativa de substituições planejadas pela presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
Apesar de estar no cargo há oito meses, Magda manteve parte da equipe da gestão anterior, mas avalia mudanças iminentes nas diretorias de Logística, Transição Energética e Compliance. Os atuais ocupantes dessas pastas — Claudio Schlosser, Maurício Tolmasquim e Mário Spinelli, respectivamente — estão na mira de grupos políticos que orbitam em torno da estatal.
A diretoria de Logística, uma das mais cobiçadas, era chamada de Divisão de Abastecimento e foi dominada por partidos como PP e PMDB no ado. Entre os interessados na vaga estão os deputados Altineu Côrtes (PL-RJ) e João Carlos Bacelar (PL-BA), ambos ligados ao grupo que controlava a diretoria à época. Mesmo pertencentes ao partido de Jair Bolsonaro (PL), ambos mantêm negociações com setores do governo, sob o argumento de que um terço da bancada do PL tem votado alinhado ao Planalto.
Esses parlamentares têm enviado recados por meio de interlocutores ligados a Lula. Na gestão de Jean Paul Prates, tentaram nomear aliados para cargos de gerência subordinados à diretoria de Logística, mas sem sucesso. Com as recentes especulações sobre trocas na Petrobras, novas investidas foram feitas.
Aliados de Altineu negam que ele esteja envolvido na disputa e atribuem a pressão à ala governista do PL, citando Bacelar como um dos principais articuladores. Bacelar, por sua vez, é próximo do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), um dos padrinhos da indicação de Magda Chambriard para a presidência da Petrobras. Em nota, o deputado negou qualquer tentativa de influência e acusou um dos atuais diretores de usar seu nome para atacar funcionários da empresa: “o diretor que está prestes a ser demitido está usando indevidamente o nome do deputado e do PL para prejudicar alguns funcionários da empresa. Não existe nenhuma articulação da parte do deputado e do PL no sentido de ocupar cargos no governo ou Petrobras”.
Na diretoria de Compliance, a substituição parece mais certa. Mário Spinelli tem mandato fixo de dois anos, que termina em abril, e não pretende pleitear renovação. A mudança, no entanto, deve seguir critérios técnicos, pois o cargo é preenchido a partir de uma lista tríplice organizada por uma empresa de recrutamento.
Consultada, a Petrobras não se manifestou sobre as especulações. Nos bastidores, Magda Chambriard segue resistente a ceder aos pedidos do Centrão, mantendo sua posição de proteger a estatal de interferências políticas excessivas.
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