Bolsonaro se define como "um aborto da natureza" em live de aniversário e volta a criticar o STF
Fala do ex-mandatário ocorreu enquanto ele narrava sua ascensão do chamado "baixo clero" da Câmara dos Deputados à Presidência da República
247 - Em live transmitida nesta quinta-feira (21) para celebrar seus 70 anos, Jair Bolsonaro (PL) voltou a mobilizar apoiadores e reforçar sua narrativa de vítima do sistema. Durante a conversa com convidados, entre eles o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o advogado Paulo Cunha Bueno, o ex-mandatário fez uma declaração inusitada sobre sua trajetória política. “Eu fui um aborto da natureza”, disse Bolsonaro, de acordo com O Globo.
A fala ocorreu enquanto ele narrava sua ascensão do chamado "baixo clero" da Câmara dos Deputados à Presidência da República. “Fui um aborto da natureza. Além de sobreviver a uma facada, na graça de Deus, a minha própria eleição. Quem podia esperar que eu, um deputado do baixo clero, tido por muitos como encrenqueiro, e era encrenqueiro mesmo, conseguiria ganhar uma eleição?, afirmou Bolsonaro, sem esconder o tom de autoexaltação.
Ao longo da live, Bolsonaro recebeu uma ligação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que nesta semana comunicou sua licença do cargo por 122 dias e mudança para os Estados Unidos. O pai elogiou a decisão e a classificou como “um orgulho”.
Durante a transmissão, Bolsonaro voltou a atacar o Supremo Tribunal Federal (STF), criticando as decisões da Corte no inquérito que apura sua suposta participação na tentativa de golpe de Estado e os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, que resultaram em condenações de apoiadores por ataques às sedes dos Três Poderes.
No mesmo dia da live, as defesas de Bolsonaro e do ex-ministro e general Walter Braga Netto (PL) protocolaram representações no Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em que pedem a intervenção da entidade. Segundo os advogados, o STF estaria desrespeitando "as prerrogativas da advocacia que nos vêm sendo reiteradamente subtraídas".
Paulo Cunha Bueno alegou à OAB que tem enfrentado dificuldades para exercer sua função, denunciando que o Supremo estaria restringindo o o aos documentos do processo que investiga a trama golpista. A defesa sustenta que vários pedidos de o ao material foram negados pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes.
Os advogados afirmam ainda que estão sendo “soterrados” por um volume excessivo de documentos, ofícios e anexos que, segundo eles, não têm relação direta com a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e outras 33 pessoas. A análise do caso pela Primeira Turma do STF está prevista para começar na próxima terça-feira.
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