Agente da PF é investigado por fraude no INSS após apreensão de US$ 200 mil
Polícia Federal encontra valores em espécie e documentos ligando agente da PF a investigação sobre fraudes envolvendo procurador do INSS e lobista
247 - A Polícia Federal está investigando um possível envolvimento de um agente da PF em um esquema de fraude no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Durante uma busca e apreensão realizada contra o policial, foram encontrados US$ 200 mil (aproximadamente R$ 1,1 milhão) em espécie em seu endereço. A operação faz parte de uma investigação sobre um esquema de corrupção que envolve funcionários públicos e empresas ligadas ao INSS. A informação foi divulgada pela Folha de S.Paulo.
O agente Philipe Roters Coutinho, lotado no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, é apontado como possível envolvido nas fraudes. Imagens coletadas pela PF mostram o agente conduzindo dois investigados em área restrita do aeroporto, no final de 2024. Ele aparece ao lado de Danilo Berndt Trento e Virgílio Antonio Ribeiro de Oliveira Filho, procurador-geral do INSS, que são investigados no esquema. De acordo com o relatório da PF, Trento já havia sido indiciado pela I da Pandemia, acusado de fraudes em contratos com o Ministério da Saúde.
A investigação indica que Trento pagou a agem de Oliveira Filho para o voo em que ele foi acompanhado por Roters. A PF também aponta que Oliveira Filho e pessoas próximas a ele receberam R$ 11,9 milhões de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "careca do INSS", um lobista que operava dentro do instituto. Ele era responsável por cooptar funcionários para liberar descontos em massa. As agens de Roters e a dinâmica dos voos que ele fez também estão sendo analisadas, já que foram compradas em horários coincidentes com os de pessoas envolvidas no esquema.
Em defesa, Roters afirmou, por meio de seu advogado Cristiano Barros, que "não possui qualquer vínculo com nenhuma questão relativa à investigação envolvendo o INSS". Segundo ele, Trento, um amigo em comum, teria embarcado muito atrasado e lhe pedido para acompanhá-lo na área de viação executiva do aeroporto. O agente afirmou não conhecer Virgílio Oliveira Filho e alegou não saber que o procurador estava com ele no momento da viagem. "Eu não sabia que ele estava acompanhado, muito menos quem o acompanhava e qual era sua atividade profissional", disse.
Roters também esclareceu que serviços de concierge e de van realizam trajeto regularmente dentro da área restrita do aeroporto, incluindo deslocamentos até o hangar executivo. Ele reafirmou sua inocência em relação aos fatos investigados, dizendo que nenhuma das viagens que fez tinha conexão com o caso. O agente afirmou que o dinheiro encontrado em sua residência "não guarda qualquer relação com a referida investigação" e prometeu fornecer esclarecimentos sobre a origem dos valores às autoridades competentes no momento oportuno.
A investigação continua, com a PF examinando os detalhes das viagens e os vínculos entre os envolvidos no esquema.
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