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      Relatório da OCDE mostra que reforçar metas climáticas pode elevar PIB global em até 13% até 2100

      Documento alerta que NDCs ambiciosas fortalecem a economia e ajudam a combater pobreza, mortes por poluição e insegurança energética

      (Foto: Reprodução )
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      247 - A adoção e implementação de metas climáticas mais ambiciosas podem não apenas evitar perdas econômicas significativas, mas também impulsionar o crescimento global. É o que aponta o relatório Investir no Clima para Crescimento e Desenvolvimento: O Caso das NDCs Reforçadas, divulgado preliminarmente durante o 16º Diálogo Climático de Petersberg, em Berlim. Produzido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o estudo projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) global pode crescer cerca de 3% até 2050 e até 13% até 2100, caso os países reforcem suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), compromisso assumido no âmbito do Acordo de Paris.

      De acordo com os dados apresentados no encontro preparatório da COP30, uma economia de baixo carbono tende a ser mais eficiente e resiliente. “O relatório fornece evidências sólidas de que a ambição climática não prejudica o crescimento econômico, mas, na verdade, o fortalece. O argumento é ainda mais forte se considerarmos os custos impressionantes da inação”, destacou Jo Tyndall, diretora de Meio Ambiente da OCDE.

      A CEO da COP30, Ana Toni, reforçou o papel do Brasil e da ONU na mobilização internacional para que os países entreguem seus novos compromissos. “Esse trabalho de estimular que os países, o mais rápido possível, mas com qualidade, mandem suas NDCs, é um trabalho que o presidente Lula, junto com o secretário-geral da ONU, António Guterres, têm feito permanentemente. Já foi anunciado e vai ter uma reunião, ainda neste mês, chamando diversos países para falar da importância de mostrar as NDCs”, disse.

      Apesar de avanços recentes — entre 2015 e 2022, o PIB global cresceu 22%, enquanto as emissões aumentaram 7% — os esforços ainda são insuficientes frente ao agravamento da crise climática. Até 10 de fevereiro, prazo inicial para submissão das novas metas, apenas 19 países haviam atualizado suas NDCs. A expectativa com a divulgação dos dados preliminares é estimular compromissos mais ambiciosos, viáveis e financiáveis.

      Crescimento econômico e redução de emissões

      O relatório mostra que a transição para uma economia de baixo carbono não só reduz os riscos climáticos, como também melhora a eficiência econômica. Hoje, o mundo emite 0,34 kg de CO₂ por dólar de produção econômica. Com NDCs reforçadas, essa intensidade cairia para 0,14 kg até 2040. O investimento em energia limpa e eficiência energética tende a aumentar a produtividade e a inovação, enquanto o uso de receitas oriundas de políticas de precificação do carbono pode fortalecer o PIB e garantir uma transição justa.

      Além disso, políticas climáticas claras e previsíveis são essenciais para atrair investimentos. A incerteza política, por outro lado, pode reduzir o PIB em até 0,75% até 2030. Segundo o estudo, NDCs robustas conferem segurança jurídica e previsibilidade aos mercados, mobilizando recursos para o crescimento sustentável.

      Benefícios sociais e de saúde

      O impacto positivo de metas climáticas mais ambiciosas também se estende ao campo social. As estimativas indicam que, se integradas a políticas de desenvolvimento, as novas NDCs podem ajudar uma em cada cinco pessoas a superar a pobreza extrema até 2050. Medidas adicionais, como garantia de segurança alimentar, o a serviços básicos e reformas de governança, poderiam beneficiar nove entre dez países com baixo índice de desenvolvimento, retirando da pobreza extrema cerca de 175 milhões de pessoas a mais.

      Na saúde, os ganhos também são expressivos. A queima de combustíveis fósseis causou 4,2 milhões de mortes prematuras em 2019 devido à poluição do ar, sendo 89% desses óbitos em países de baixa e média renda. Investimentos em transporte de baixa emissão, energia limpa e planejamento urbano sustentável podem reduzir significativamente esses números, promovendo melhor qualidade de vida.

      Financiamento como pilar da transformação

      Para viabilizar a implementação das NDCs, o relatório identifica três pilares centrais de mobilização de recursos, com ênfase na articulação entre eles:

      1.  Otimizar o financiamento público, envolvendo ministérios do Meio Ambiente e Finanças, bancos centrais e bancos de desenvolvimento;
      2.  Redirecionar o financiamento privado, com atuação de órgãos reguladores, bolsas de valores e investidores institucionais;
      3.  Fortalecer o apoio internacional, com protagonismo de doadores internacionais, bancos multilaterais de desenvolvimento e fundos climáticos.

      Próximos os

      O relatório completo será lançado em maio e deve servir como ferramenta estratégica para orientar os países na formulação de suas novas NDCs, que serão apresentadas oficialmente na COP30, marcada para novembro de 2025, em Belém (PA). A expectativa dos organizadores é que o estudo ajude a alinhar ambição climática com crescimento econômico sustentável, reduzindo desigualdades e ampliando oportunidades. “O desafio agora é transformar evidência em ação concreta, em um esforço global que una governos, setor privado e sociedade civil”, conclui Jo Tyndall.

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