Itaipu avança em inovação com usina solar flutuante no reservatório
Projeto experimental de 1 MWp integra energia fotovoltaica à hidrelétrica e promete benefícios ambientais e maior eficiência energética
247 - A Usina Hidrelétrica de Itaipu, uma das maiores do mundo, está prestes a dar um o significativo em direção à inovação e à sustentabilidade energética. Um consórcio formado pela brasileira Sunlution e pela paraguaia Luxacril foi selecionado para instalar uma usina solar flutuante no reservatório da hidrelétrica, em caráter experimental. Com capacidade de 1 MWp (Megawatt-pico), o projeto representa uma integração pioneira entre energia hidrelétrica e solar, reforçando o papel de Itaipu como líder em energias renováveis.
A usina flutuante será instalada no lado paraguaio do reservatório, em uma área inferior a um hectare, e deve gerar entre 1,8 mil MWh e 2 mil MWh por ano, energia suficiente para atender parcialmente o consumo interno da própria Itaipu. Segundo Rogério Meneghetti, superintendente da Assessoria de Energias Renováveis da usina, o projeto é um marco na busca por soluções energéticas inovadoras. “Dado o caráter inovador e disruptivo desse projeto, temos trabalhado de forma conjunta com os colegas da Assessoria de Energias Renováveis da margem direita (lado paraguaio), da Diretoria de Coordenação e da Diretoria Técnica, visando superar os desafios e garantir a implementação adequada da usina solar flutuante”, afirmou.
A escolha do consórcio Sunlution-Luxacril ocorreu após uma licitação que contou com a participação de seis grupos, dos quais quatro foram desclassificados por problemas na documentação. O consórcio vencedor ofereceu o menor preço, US$ 854,5 mil, um deságio de 11,72% em relação ao valor estimado no edital. Após a do contrato, prevista para o início de março, o prazo para a instalação da usina será de 150 dias, incluindo a entrega do projeto de engenharia, equipamentos elétricos, sistema de controle, estrutura mecânica, obras civis e montagem. Outros 180 dias serão dedicados à assistência técnica, treinamento e aceitação final, totalizando 330 dias para a conclusão do projeto.
Benefícios ambientais e estudos de sustentabilidade
Além da geração de energia limpa, a usina solar flutuante promete trazer benefícios ambientais significativos. A cobertura parcial do reservatório com placas fotovoltaicas pode reduzir a evaporação da água e inibir a formação de algas, contribuindo para a preservação dos ecossistemas aquáticos. Outra vantagem é o aumento da eficiência energética: a reflexão da luz solar na superfície da água pode potencializar a captação de energia pelos painéis, gerando um rendimento maior em comparação com usinas solares instaladas em solo.
Para avaliar esses e outros impactos, a Itaipu, em parceria com o Itaipu Parquetec e o Parque Tecnológico Itaipu (PTI – margem paraguaia), desenvolverá o projeto “Estudos para Sustentabilidade da Usina Solar Flutuante (USF) no reservatório da Usina Hidrelétrica Itaipu (UHI)”. O estudo incluirá análises comparativas entre a geração de energia da usina flutuante e de usinas solares em solo, avaliação de impactos na rede interna de energia da Itaipu e simulações para uma eventual expansão do projeto, incluindo a possível integração de sistemas de baterias.
A iniciativa reforça o compromisso da Itaipu com a diversificação da matriz energética e a sustentabilidade, abrindo caminho para futuros projetos de integração entre hidrelétricas e energias renováveis. “Este projeto é um laboratório vivo para testarmos novas tecnologias e modelos de negócio que podem ser replicados em outras hidrelétricas, tanto no Brasil quanto no Paraguai”, destacou Meneghetti. Com a usina solar flutuante, Itaipu consolida sua posição como um exemplo global de inovação e responsabilidade ambiental no setor energético.
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