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      Estudo aponta alto retorno nos investimentos em adaptação climática

      Projetos geram mais empregos e saúde

      Vista aerea da cidade de São Paulo - 27/03/202 (Foto: Divulgação/Diogo Moreira/MáquinaCW/Governo do estado de São Paulo)
      Guilherme Levorato avatar
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      Por Fabíola Sinimbú, repórter da Agência Brasil - Cada um dólar investido em adaptação climática é capaz de gerar outros US$10 em benefícios ao longo de dez anos, revela estudo do World Resources Institute (WRI), que analisou ações em 12 países em um universo de US$ 133 bilhões em investimentos. 

      A ação reuniu finanças de 320 iniciativas, que juntas resultaram em um potencial de retorno superior a US$ 1,4 trilhão no período.

      Segundo os pesquisadores, foram considerados apenas investimentos voltados à redução ou gestão de riscos climáticos físicos, como agricultura resiliente ao clima, expansão dos serviços de saúde e proteção contra inundações urbanas. Nas análises, 50% dos retornos ocorreram mesmo sem que houvesse alguma ocorrência, aponta o relatório.

      Os investimentos avaliados apresentam benefícios significativos e diversos para os três tipos de dividendos analisados: perdas evitadas; benefícios econômicos induzidos, como empregos e produtividade; e benefícios socioambientais.

      “Um dos achados mais marcantes é que os projetos de adaptação não dependem de desastres para gerar valor. Eles produzem benefícios todos os dias: mais empregos, mais saúde e economias locais mais fortes”, destaca o pesquisador sênior do WRI, Carter Brandon.

      Segundo a pesquisa, o investimento em adaptação tem esse efeito por apresentar valor constante e ser capaz ainda de promover o desenvolvimento de forma sustentável. Por exemplo, ao proteger uma zona costeira, o local usufrui de serviços ecossistêmicos, como habitat saudável para pescados e mariscos, e ainda mantém uma área beneficiada pelo lazer. “Uma boa adaptação é também um bom desenvolvimento”, destaca o relatório.

      Efeito estufa - Sinergia entre adaptação e mitigação também foi observada nas iniciativas analisadas, das quais quase metade gerou redução de gases de efeito estufa. Segundo os pesquisadores, isso amplia o o a financiamento climático e mercado de carbono.

      A análise aponta ainda que os retornos financeiros médios desses investimentos são de 27%, mas em alguns setores, como saúde, podem ultraar 78%. Apenas 8% das avaliações econômicas desses investimentos estimaram o valor monetário dos dividendos.

      Esse índice, segundo o estudo, indica uma necessidade de melhoria no método de avaliação realizado por bancos multilaterais de desenvolvimento e outras instituições de financiamento, como fundos e governos. “A melhoria da imagem dos diversos retornos dos investimentos em adaptação poderia motivar os investidores e reduzir o déficit de financiamento da adaptação”, sinaliza o relatório.

      O campeão de alto nível da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), Dan Ioschpe, destaca a importância da pesquisa para alavancar investimentos entre setores não governamentais. A COP30 será realizada este ano em Belém.

      Pesquisa - Um estudo da Climate Policy Initiative apontou, em 2024, que 90% das iniciativas de adaptação existentes em todo mundo têm origem em recursos públicos.

      Ioschpe lembra, ainda, que 2025 é um ano importante para incluir a resiliência nas prioridades nacionais e destravar todo o potencial de investimento no setor. “Essas evidências fornecem aos atores não estatais exatamente o que precisam no caminho para a COP30: um argumento econômico claro para dar escala na adaptação”, opinou.

      Além de quantificar benefícios e apontar os valores reais de retorno dos investimentos de adaptação, o estudo da WRI criou também uma base de dados a partir do dividendo triplo da resiliência (TDR, na sigla em inglês), modelo disponibilizado para melhoria dos métodos de avaliação dos investimentos em adaptação.

      "É hora de os líderes reconhecerem que a adaptação climática não é apenas uma rede de segurança, mas uma plataforma para o desenvolvimento.", conclui Sam Mugume Koojo, co-presidente da Coalizão de Ministros das Finanças para Ação Climática, de Uganda.

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