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      Especialistas alertam para impactos da mineração e desafios da transição energética

      Helena Taliberti e Gabriela Sarmet discutem a necessidade de maior responsabilidade corporativa no setor mineral

      Gabriela Sarmet, do Observatório da Mineração, e Helena Taliberti, fundadora do Instituto Camila e Luiz Taliberti. (Foto: ABR | Divulgação )
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      Beatriz Bevilaqua, 247 - O Brasil enfrenta desafios profundos relacionados à mineração, especialmente após tragédias como o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), em 2019. O desastre, que resultou na morte de 272 pessoas, marcou um dos maiores episódios de destruição e sofrimento no país. No episódio desta semana no “Brasil Sustentável”, da TV 247, discutimos os impactos da mineração e como evitar futuras catástrofes. As duas convidadas foram Helena Taliberti, fundadora do Instituto Camila e Luiz Taliberti, e Gabriela Sarmet, do Observatório da Mineração.

      Helena Taliberti, mãe de Camila e Luiz, vítimas do desastre de Brumadinho, compartilhou sua dor e motivação para fundar seu instituto. "Não foi um acidente, poderia ter sido evitado", afirmou, ressaltando a importância de preservar a memória das vítimas e lutar para que tragédias como essa nunca mais se repitam.

      O instituto foi criado para ser uma voz ativa fora de Minas Gerais, já que o tema da mineração raramente é discutido em outras regiões. “Após o desastre de Brumadinho, a cidade de São Paulo ou a contar com três mineradoras e três barragens, sendo uma delas com o grau de segurança reduzido. A população está consciente dessa situação?”, lamenta. 

      Para Gabriela Sarmet, pesquisadora do Observatório da Mineração, os problemas estruturais da indústria mineral no Brasil atuam com impunidade. Ela explicou que o Observatório surgiu em 2015, após o desastre de Mariana, para preencher a lacuna de investigação sobre o setor. "O setor mineral, historicamente, manteve muita presença política", afirmou, referindo-se ao lobby exercido pelas mineradoras no Congresso Nacional e em frentes parlamentares. Gabriela ressaltou ainda a crescente demanda por minérios devido à transição energética, que busca soluções para a crise climática. "Até 2050, a extração de minérios vai aumentar em até 500% no mundo inteiro", alertou.

      O Observatório da Mineração tem se consolidado com o trabalho investigativo e pressão por maior transparência e melhores práticas no setor. A iniciativa ajuda a desenvolver notas técnicas e relatórios, além de ações de educação política e engajamento direto com a sociedade civil e movimentos sociais, que são os primeiros a serem impactados pelos danos dessa indústria. 

      “Está sendo elaborada uma lei nacional de direitos humanos e empresas para garantir a reparação integral em casos de violações. A reparação vai além da compensação financeira e inclui medidas emergenciais, reabilitação focada na saúde mental, reconhecimento das vítimas, pedidos públicos de desculpas e garantias de não repetição. Também prevê a restituição de bens perdidos, já que muitas pessoas perderam suas vidas ou familiares, e outras, sua capacidade de sustento, com rios contaminados e solos inviáveis. Acredito que essa lei busca responsabilizar as empresas, abrangendo toda a cadeia, de investidores a subsidiárias, dentro e fora do país. Precisamos, como pressão popular, exigir políticas claras de responsabilidade corporativa”, alertou.

      Gabriela criticou o modelo de transição energética proposto por grandes corporações, que, segundo ela, visa atender principalmente aos mercados do Norte Global, resultando em zonas de sacrifício no Sul, como no Brasil. “A solução que está sendo oferecida é por meio da indústria, visando a produção de materiais para um futuro sustentável”, afirmou. Ela destacou que o modelo econômico atual, ainda baseado no extrativismo, continua a prevalecer, colocando em risco os recursos naturais e os direitos das populações afetadas pela mineração.

      “Um carro elétrico usa cerca de seis vezes mais material mineral do que um carro convencional, o que significa um aumento ainda maior no uso de recursos naturais. É esse cenário que está sendo apresentado como uma grande solução sustentável no mundo. A custo de quantas vidas?”, criticou.

      Ambas as entrevistadas destacaram a urgência de se repensar a mineração no Brasil, não apenas para evitar desastres como os de Brumadinho e Mariana, mas também para lidar com os desafios globais da crise climática e da exploração predatória dos recursos naturais.

      Assista à entrevista na íntegra: 

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