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      “Compramos com critério, mas descartamos sem pensar”, alerta especialista sobre lixo eletrônico

      TV 247 debate o impacto do descarte irregular de equipamentos eletrônicos e o que pode (e deve) mudar

      Alex Luiz Pereira, presidente da Coopermiti - Cooperativa de Trabalho, Produção e Reciclagem de Resíduos Sólidos. (Foto: Divulgação | Freepik)
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      Beatriz Bevilaqua, 247 - No episódio mais recente do “Brasil Sustentável”, na TV 247, conversamos com Alex Luiz Pereira, presidente da Coopermiti - Cooperativa de Trabalho, Produção e Reciclagem de Resíduos Sólidos. Com décadas de experiência na área e uma atuação direta na gestão de resíduos eletrônicos, Alex ajuda a responder uma pergunta urgente: O que a população faz com seus eletrônicos quebrados ou fora de uso?

      “As pessoas compram com critério, pesquisam preço, marca, garantia, mas quando o equipamento quebra, jogam no lixo comum sem pensar. A gente se educou para consumir, mas não para descartar”, explica Alex.

      Em meio a pilhas, baterias, celulares e televisores abandonados no lixo comum, há um impacto silencioso e tóxico se acumulando. A Organização das Nações Unidas estima que cerca de 14 milhões de toneladas de lixo eletrônico sejam descartadas de forma inadequada todos os anos, um número alarmante que só tende a crescer. “Isso tudo tem um efeito dominó: contamina rios, oceanos, alimentos. E nós ingerimos, respiramos toxinas todos os dias, e muitas vêm justamente desses metais pesados dos eletrônicos”, disse.

      Alex lembra que os metais pesados, componentes comuns de equipamentos eletrônicos, têm efeito cumulativo: “Quando eles entram no nosso organismo, não saem mais. A intoxicação é lenta e silenciosa. Um câncer, por exemplo, pode surgir anos depois”.

      Uma trajetória que começou com memória e virou ação

      A história de Alex com a sustentabilidade começou pela preservação da memória. “Quando fundamos a Coopermiti, em 2008, ela nasceu junto com o Museu da Informática. A ideia era preservar a história da tecnologia. Coletávamos equipamentos antigos para contar a história da informática no Brasil.”

      O que começou como acervo cultural, cresceu e virou inclusão social, capacitação e preservação ambiental. “Hoje temos mais de duas mil peças no acervo e seguimos expondo em feiras e eventos. Mas, mais importante que isso, reciclamos. Recebemos, desmontamos e reaproveitamos cada parte possível”, explica.

      Com formação em eletrônica e ciência da computação, além de especializações em gestão ambiental, Alex se tornou uma referência na área. Ele também ocupa cargos na Fepacoore, Conatrec, Ocesp e no SESCOOP-SP.

      Durante o programa, foi discutida a ausência de políticas públicas eficazes de informação e o ao descarte correto. “Em São Paulo é preciso ligar para a prefeitura e perguntar onde descartar. A Coopermiti é uma das cooperativas habilitadas para isso. Só que essa informação ainda não chega naturalmente até o consumidor.”

      E ele vai além: “O consumidor, ao adquirir um eletrônico, está diretamente conectado ao ciclo da mineração, da poluição e da exploração ambiental. O mínimo que deveria fazer, como cidadão consciente, é garantir que o resíduo seja descartado e reaproveitado corretamente.”

      Do impacto local ao efeito global: está tudo conectado

      A conversa também trouxe episódios emblemáticos, como a tragédia de Brumadinho e a denúncia de povos indígenas sobre o impacto das mineradoras. “O que mais me entristece é perceber que a gente não se espanta mais com catástrofes como essa. Hoje, jogar um papel de bala pela janela virou um gesto banal. Isso revela uma sociedade que não se vê como parte de um todo.”

      Mesmo assim, Alex se mantém otimista. “Eu vejo o copo meio cheio. Programas como o Brasil Sustentável aqui no 247, que levam informação e despertam consciência, são sementes. Mas está faltando ação. E ela não precisa ser complexa: colocar o lixo no bolso até achar uma lixeira já é um começo. Pesquisar o descarte correto também.”

      A discussão também esbarrou em outro ponto crítico: o distanciamento das crianças da natureza. “Se a infância é cercada por telas e não por árvores, como esperar que essas crianças desenvolvam empatia pelo meio ambiente? Como vão se importar com sustentabilidade se o mundo delas cabe numa tela?”

      Em 16 anos, a Coopermiti já reciclou cerca de 10 mil toneladas de resíduos, cerca de 6,5 mil toneladas correspondem a resíduos eletroeletrônicos. “É um número expressivo, mas ainda é um grão de areia. Precisamos de 10 mil compromissos assim. Precisamos de mais mãos, mais informação, mais ação.”

      Assista na íntegra aqui: 

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