BNDES financia R$ 43,3 milhões para projeto de secagem de madeira que preserva floresta na Amazônia

247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de R$ 43,3 milhões à Madeflona Industrial Madeireira Ltda., com recursos do Fundo Clima, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). A informação foi divulgada pelo próprio banco de fomento em comunicado oficial. O objetivo é implantar uma unidade de secagem de madeira com tecnologia de ponta no município de Itapuã do Oeste, em Rondônia, utilizando matéria-prima proveniente de manejo florestal sustentável em áreas concedidas na Floresta Nacional do Jamari e na Flona de Jacundá, que somam 141 mil hectares de cobertura amazônica.

A nova planta industrial contará com estufas a vapor controladas por sensores de temperatura e umidade, sistema conhecido como kiln drying. Esse método, inédito na Região Norte, melhora significativamente a qualidade e a durabilidade da madeira nativa ao reduzir deformações e variações na coloração, além de aumentar a aderência a vernizes e tintas. A tecnologia permitirá que as pranchas tratadas alcancem preços até 21% superiores aos métodos convencionais e quase 8,5 vezes mais em relação às toras in natura.

“Com uma tecnologia inovadora, esse projeto evidencia a viabilidade econômica do manejo florestal sustentável, que gera emprego e renda para a população local, promovendo um modelo de desenvolvimento mais justo e duradouro, em linha com as políticas públicas do governo do presidente Lula para a Amazônia”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Segundo ele, ações como essa são fundamentais para enfrentar os efeitos da crise climática, que exigem urgência na conservação das florestas.

Evandro José Muhlbauer, CEO da Madeflona, destacou a relevância do apoio recebido: “O apoio do BNDES e do MMA nos concede a oportunidade de concretizar nosso compromisso com a inovação tecnológica aliada à sustentabilidade. Esse apoio do Fundo Clima permite a consecução firme e duradoura de nosso projeto, no propósito de construir um futuro protegendo e valorizando o que a natureza nos premiou por meio de nossas florestas”.

A nova unidade industrial será implantada em um terreno de 64 mil metros quadrados e contará com 20 câmaras de secagem, com capacidade para tratar até 20 mil metros cúbicos de pranchas por ano. O sistema prevê aquecimento gradual, ventilação controlada e ajustes automáticos de umidade, mantendo os índices entre 8% e 12%, ideais para usos comerciais e industriais. Além da valorização do produto, a empresa espera reduzir em mais de 70% os custos com a secagem, hoje realizada por terceiros.

Do ponto de vista ambiental, a planta também terá ganhos relevantes. O projeto permitirá o reaproveitamento de cerca de 5 mil metros cúbicos de biomassa por ano, além de reduzir o consumo de óleo diesel e os custos com transporte, uma vez que a secagem ará a ser feita localmente.

A iniciativa da Madeflona faz parte da estratégia do BNDES para restauração e conservação florestal. Desde 2023, a instituição já destinou R$ 1,16 bilhão a projetos com esse foco. Desse total, R$ 650 milhões são não reembolsáveis, aplicados em programas como Floresta Viva, Restaura Amazônia e Florestas do Bem-Estar, em parceria com o MMA e com recursos do Fundo Amazônia. Outros R$ 516,4 milhões foram disponibilizados em créditos reembolsáveis via programas como o Fundo Clima e o BNDES Finem.