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      Denise Assis

      Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

      836 artigos

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      Witzel anuncia candidatura ao estado do Rio e diz a que virá: Polícia tem que agir. Se necessário, com a morte

      "A julgar pela disposição, é melhor já irem cunhando uma estrela de xerife para espetar-lhe no peito", escreve Denise Assis

      Wilson Witzel (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

      À vontade, falando para um conjunto de militares, oficiais graduados, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, na sexta-feira (06/06), o ex-governador Wilson Witzel soltou o verbo e resgatou o discurso do que atira na cabecinha. O motivo? Entusiasmou-se por estar entre os que reconhecem essa linguagem, e aproveitou para acenar com sua candidatura ao governo do estado, durante o congresso de Associações de Militares das Forças Armadas. Em sua fala, Witzel mencionou que pretende criar "porta de saída para membros de facções criminosas”, o que quer que isso signifique.

      A novidade foi revelada hoje (07/06), para o informativo Sociedade Militar. Durante o evento, discursando para os oficiais e graduados, o ex-governador Wilson Witzel protagonizou falas contundentes sobre segurança pública, uso da força policial e terrorismo.

      A palestra do ex-governador, que também é ex-militar da Marinha do Brasil, foi marcada por um relato pessoal e decisões polêmicas sobre o episódio do sequestro de um ônibus na ponte Rio – Niterói durante o seu governo e por críticas ao que considera leniência do Estado diante da criminalidade organizada.

      Witzel relembrou a decisão que tomou enquanto estava no comando do Estado do Rio, em 2019, durante o sequestro do ônibus com 37 pessoas:

      “Quando eu estava lá no Palácio Laranjeiras com um sujeito na ponte de Niterói, um ônibus sequestrado, isqueiro na mão, as pessoas todas molhadas de querosene, eu ia negociar. Eu disse ao comandante do Bope uma vez, falei: ‘Comandante, o senhor tem autorização para atirar. Saiu, o tenho a posição, ative, que eu estou vendo o isqueiro na mão dele”, reproduziu o informe.

      Na época o então governador foi alvo de muitas críticas por ter comemorado o desfecho do sequestro. Segundo o ex-governador, a decisão foi tomada após a análise da situação e disse ainda que participou de uma oração com a família do sequestrador morto:

      “(…) Na segunda vez que ele saiu, os atiradores — eram três atiradores com duas munições prontas para disparo — ele foi então abatido… abatido. Desci na ponte uma atitude que muitos disseram que não foi inadequada, mas eu comemorei a vida de 33 pessoas que seriam queimadas vivas inclusive uma grávida”. (Em outros ambientes, o ex-governador já usou outro tom para o mesmo episódio, chegando a dizer que não repetiria a atitude).

      O Brasil vive uma realidade de guerra contra o terrorismo urbano: “Terrorismo hoje está presente na nossa comunidade. Quem não está enxergando isso está vivendo em outra realidade… quem nunca esteve de frente com o cano de um fuzil voltado para a sua cabeça com alguém com o dedo no gatilho não tem noção do que é essa realidade.”

      Na visão do ex-governador, quando se trata de terrorismo a polícia não deve agir como polícia e sim como se fosse as Forças Armadas e que a necessidade é de se “neutralizar” (matar) a ameaça, se necessário com a morte. Segundo ele, é preciso que haja coragem política para autorizar ações mais enérgicas por parte da polícia. (O que Witzel está pregando aqui é o “infringente de ilicitude”, proposto pelo ex-juiz e breve – ainda bem -, ex-ministro da Justiça, Sergio Moro).

      “Vai querer sim, que tenha lá no Palácio Guanabara um governador com coragem para dizer pra polícia dele que aquele tipo de conduta não tem outra alternativa senão ser imediatamente afastada — se necessário for, com a neutralização do criminoso… criminoso não é terrorista, não. Criminoso é criminoso. Terrorista é um agente militarizado, paramilitar, contra o Estado de Direito. Ele tem que ser neutralizado… Polícia não age como polícia, sim como força armada. Ela tem que agir. E não é necessário prender, é necessário neutralizar. Se necessário, com a morte, vai ser com a morte… Nós estamos em guerra no Rio de Janeiro. Estamos em guerra em São Paulo. Estamos em guerra na Bahia.”

      Já se viu que Witzel pretende seguir as diretrizes do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e sua Polícia que atira primeiro e pergunta depois.

      Ao mencionar que a partir de 2027 a Polícia Militar do Rio tratará membros de facções como integrantes de organizações terroristas, Witzel acabou antecipando sua pretensão de concorrer novamente ao governo do Estado do Rio de Janeiro e já expos a sua plataforma com base na necropolítica.

      “A polícia no Rio de Janeiro, a partir de 2027, vai tratar membro de facção como membro de organização terrorista. E quem insistir em permanecer nela vai sofrer as consequências: se entrega, se não, vai morrer… ou nós vencemos o terrorismo ou nós vamos sucumbir ao terrorismo…”

      A SM destacou trecho da fala em que ele anuncia a possibilidade de criar-se uma “porta de saída” para criminosos que resolverem deixar as facções. Mas, o ex-juiz não esclareceu como seria realizado o projeto.

      “Vamos arrumar uma porta de saída…  Vamos receber essas pessoas, vamos dar dignidade, uma nova vida, nova identidade. Agora, se ficar no crime organizado, no terrorismo, nas facções nós vamos livrar as comunidades dessas facções…”, disse o ex-governador. 

      A julgar pela disposição, é melhor já irem cunhando uma estrela de xerife para espetar-lhe no peito, para caso ele vença a disputa. Que São Sebastião se compadeça da sua cidade...

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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