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      Leonardo Attuch

      Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247.

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      Viva Calderano, viva o Bolsa Atleta!

      Uma das maiores conquistas da história do esporte nacional é fruto do talento individual somado a uma política pública bem desenhada – que precisa ser ampliada

      Hugo Calderano (Foto: Divulgação)

      A vitória de Hugo Calderano na Copa do Mundo de Tênis de Mesa, neste domingo, em Macau, diante do chinês Lin Shidong – atual número um do ranking mundial – é um marco histórico para o esporte brasileiro e não deve ser subestimada. Ao derrotar, dentro da China, o maior nome da modalidade na atualidade, assim como os números dois e três do mundo, também chineses, Calderano colocou o tênis de mesa do Brasil no topo do mundo. Um feito comparável às maiores conquistas do esporte nacional, como os títulos de Gustavo Kuerten em Roland Garros, as medalhas de Rebeca Andrade, os saltos de João do Pulo e as vitórias de Ayrton Senna nas pistas internacionais.

      Mas essa conquista não é apenas resultado do talento e da dedicação do atleta carioca. Ela também tem base em uma política pública que começou a ser desenhada há duas décadas, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Criado pela Lei nº 10.891, de 9 de julho de 2004, e regulamentado pelo Decreto nº 5.342, de 14 de janeiro de 2005, o Programa Bolsa Atleta começou a beneficiar atletas brasileiros a partir de 2005, com as primeiras concessões de bolsas ocorrendo no ano seguinte. Desde então, grandes atletas brasileiros em modalidades olímpicas e paralímpicas aram a contar com um apoio financeiro estável para seguir em seus treinamentos e competições.

      Calderano é um desses exemplos. Desde 2009, ele é beneficiário do Bolsa Atleta. Trata-se de um programa que cumpre uma função fundamental sobretudo para esportes de alto rendimento e de menor apelo comercial, como é o caso do tênis de mesa. Nessas modalidades, os patrocínios são escassos, a visibilidade na mídia é limitada e a profissionalização exige um longo período de preparação. Sem o apoio estatal, talentos como Calderano dificilmente teriam condições de competir em igualdade com atletas de países onde o esporte é tratado como prioridade nacional.

      O reconhecimento da conquista veio até da Embaixada da China no Brasil, que publicou em sua conta oficial:

      É um gesto que mostra como o esporte pode ser também uma ponte diplomática e um instrumento de aproximação entre nações.

      A vitória de Calderano, portanto, deve servir como inspiração – mas também como alerta. O Brasil, país de dimensões continentais e juventude abundante, tem um potencial imenso no campo esportivo. No entanto, para que talentos floresçam em escala nacional, é necessário que programas como o Bolsa Atleta sejam ampliados, e que políticas públicas de base levem oportunidades esportivas às periferias urbanas, às cidades do interior e às escolas públicas. O esporte é mais do que motivo de júbilo no momento da vitória: é saúde, disciplina, formação de caráter e, para muitos, a única via de mobilidade social real. Além disso, é sociabilidade num momento histórico em que os jovens são cada vez mais capturados pela vida digital e pelas telas dos celulares.

      Se o Brasil decidir, de fato, transformar o esporte em prioridade nacional, conquistas isoladas, como a deste domingo, arão a ser sistemáticas. Hugo Calderano chegou ao topo. O caminho que ele trilhou – com apoio do Bolsa Atleta – precisa se tornar uma trilha ível a milhares de jovens brasileiros. Este é o verdadeiro desafio.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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