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      Camilo Irineu Quartarollo

      Autor de nove livros, químico, professor de química, com formação parcial em teologia e filosofia.

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      O caso Luighi

      Se o atleta não se manifestasse aria como mais uma gracinha de mau gosto

      Meia Luighi do Palmeiras em entrevista coletiva após sofrer racismo em campo (Foto: Reprodução/Sport TV)

      Era verão do ano de 1936, Olimpíada na Alemanha. O atleta negro Jesse Owens venceu o alemão Lutz Long e quebrou o recorde mundial de Salto à distância. Jesse foi o primeiro atleta a ganhar quatro medalhas de ouro em uma Olimpíada.

      Havia um mal-estar do chanceler Hitler, o qual deveria cumprimentar todos os atletas vencedores, ou nenhum, pois estava sob o fogo cerrado das câmeras dos fotógrafos. Assim, Hitler se absteve da tribuna de honra e não mais desceu lá. Contudo, o líder alemão ao menos não se mostrou indignado, acenou ao atleta. Owens teve muitos aplausos efusivos no estádio cheio de brancos. É provável que o morador da Toca do lobo fosse um personagem performático fascista, do Reich, estereótipo. Havia outros líderes sanguinários manipulando o povo através da semiótica e apreensões subliminares, como Goebbels, o ministro da propaganda, estudioso do cinema e das minúcias da divulgação da Alemanha grande, que “vendeu” Hitler como um “mito”.

      Para um brasileiro comum ou os de quatro linhas de neurônios, a figura respeitável de Pelé fala por si mesma. Porém, somente pessoas sem ódio compreenderão o que seja competição esportiva. Futebol se disputa no campo verde de sonhos, de superações, de companheirismo, da amizade mesmo entre os competidores. Acho que tem gente querendo ser mais nazista que os nazis, apelando com mímicas simiescas ou cuspindo nos adversários, inspirando outros idiotas.

      Luighi, menino de seus dezoito anos, de ideias cívicas maduras – vide a entrevista que deu, foi vítima de racismo. Um torcedor da casa, mau exemplo para o próprio filho que estava em seu colo, fez gestos simiescos em direção ao atleta, por certo para lhe enfraquecer os ânimos de um jogo que o Palmeiras ganhou de 3 a 0. O clube perdedor fez nota de repúdio pelo ocorrido, mas devia haver sansões contra a equipe, porque esse clima é deplorável. 

      A  presidenta do Alviverde, Leila Pereira, disse que é a terceira vez que os atletas são atacados por atos racistas. No caso de Luighi, este chamou a atenção do árbitro, o qual não cumpriu a determinação da FIFA de paralisar o jogo e prender o criminoso. O time brasileiro procurou as autoridades policiais do Paraguai, onde foi o jogo, e o policial disse a um diretor do clube que aquilo é normal, uma brincadeira.

      Se o atleta não se manifestasse aria como mais uma gracinha de mau gosto, um caso normal do dia a dia de racistas. E quem deu autoridade para o árbitro Augusto Menendez não cumprir os procedimentos da FIFA? Ao policial que se pôs como juiz, onde tudo é brincadeirinha? “Hã, ei, espera aí, eu te conheço?!”. Brincadeira a gente faz com quem conhece, convive e compartilha bons momentos e sentimentos, é uma “provocação” de amizade, para não ferir, não de racismos, não de maldades e más intenções. Inclusive, até em encontro familiar não são benvindas certas anedotas. 

      Está previsto o ano de 2028 para as Olimpíadas de Verão nos EUA, ainda sob o governo Trump! É preciso conter antes as agressões, assédios, racismos e crimes em campos de futebol, na forma da lei criminal e do desporto.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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