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      Paulo Moreira Leite

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      No país do jeitinho julgamento de golpistas começa bem

      "Decisão da Primeira Turma do STF contra seis réus do golpe bolsonarista mostra uma opção exemplar em defesa da democracia", diz Paulo Moreira Leite

      Primeira Turma do STF julga denúncia sobre o núcleo 2 da trama gopista (Foto: Gustavo Moreno / STF)

      Naquele que sempre foi chamado de “país do jeitinho” e “pátria da impunidade”, a decisão da Primeira Turma do STF contra seis réus do golpe bolsonarista mostra uma opção exemplar em defesa da democracia e dos valores do Estado Democrático de Direito.

      Ao votar de modo unânime pela condenação de seis personagens sombrios que constituíram o chamado “núcleo de gerência” de um ataque violento e temerário a um regime apoiado pela imensa maioria de brasileiros e brasileiras, o Supremo abriu uma possibilidade real de ar a limpo um episódio gravíssimo e vergonhoso de nossa evolução política.

      A decisão não só é coerente com a deliberação de março, quando a primeira turma abriu uma ação contra integrantes do chamado “núcleo crucial” do projeto golpista, alcançando as patentes mais graduadas e comprometidas.

      As condenações de ontem dão sequência ao esforço responsável e cuidadoso do Supremo para localizar e punir o conjunto dos responsáveis pelo mais audacioso e violento conhecido de nossa difícil história política. Nos próximos meses, o julgamento terá continuidade em outras fases distintas.

      Ontem, entre réus com grau de maior responsabilidade numa trama que planejava suprimir direitos elementares de brasileiras e brasileiros, encontrava-se o general da reserva Mário Fernandes. Ele é acusado de elaborar a parte mais sinistra do projeto, que incluía o assassinato de Lula e Alckmin, como o inicial para a tomada de poder e a instituição de um regime de força sem paralelo em nossa história de mais de 200 anos de como nação independente.

      Outro nome é Felipe Martins, assessor palaciano de Bolsonaro, a quem se atribui a apresentação da minuta do golpe. Outro assessor, Marcelo Câmara, é acusado de monitorar Alexandre de Moraes, após a eleição, como parte de um plano para que fosse assassinado.

      Pelo menos quatro réus julgados ontem tiveram um papel decisivo durante o segundo turno, quando organizaram uma sabotagem a votação, criando bloqueios e barreiras para dificultar o caminho das urnas de quem pretendia exercer o direito ao voto.

      Num país onde golpes e trapaças contra a vontade do eleitor constituem uma tradição lamentável, o início do julgamento da conspiração alimenta uma expectativa necessária.

      Herdeiro de uma história republicana que constituiu o caldo de cultura para quarteladas e outras intervenções golpistas, o país tem o direito de aguardar o básico de uma democracia.

      É preciso que os acusados sejam julgados e condenados de acordo com a lei, sem favores nem jeitinho que costumam garantir a impunidade de criminosos ao longo de nossa história.

      Alguma dúvida?

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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