Na saúde pública, o pior dos horrores do governo Milei
maluco que preside nosso país vizinho colhe resultados que enchem os olhos da turma da bufunfa e arranca elogios do FMI, para surpresa de ninguém
Javier Milei é saudado pela imprensa neoliberal como um gênio econômico, que estaria transformando a Argentina em um paraíso na Terra. Seria inacreditável a leitura de tamanho absurdo, não fossem os articulistas a louvá-lo os serviçais de sempre da alta finança, pregadores da austeridade como um fim em si. O maluco que preside nosso país vizinho colhe resultados que enchem os olhos da turma da bufunfa e arranca elogios do FMI, para surpresa de ninguém.
Na Argentina real, aquela em que vivem as pessoas de carne e osso, a classe média empobreceu, o endividamento aumentou, a informalidade no trabalho idem. Cresceram a desigualdade e o patrimônio dos mais ricos. Aumenta nas comunidades carentes e áreas periféricas a demanda por ajuda humanitária e alimentação básica.
Mas é na saúde pública que reside a cereja do bolo neoliberal de Javier Milei. O descabelado suspendeu obras e reformas de hospitais, reduziu a compra de insumos básicos como anestésicos e antibióticos e atrasou o pagamento de salários de médicos e enfermeiros. Tratamentos são descontinuados, filas para exames são intermináveis. Faltam leitos clínicos e de UTI.
Em março último, deu-nos conta parcial da situação num artigo publicado pela Fundação GEP (Grupo Efeito Positivo), sediada na Argentina e integrante da Rede Latino-Americana por o a Medicamentos. A entidade foi fundada em 2006 e sua principal finalidade é melhorar a qualidade de vida das pessoas com HIV/AIDS
O governo Milei viola os direitos dos pacientes com HIV, tuberculose e hepatites virais, tendo apresentado um projeto de lei reduzindo em 76% o orçamento do Programa Nacional de Resposta Integral ao HIV, Hepatite, ISTs e Tuberculose. Duramente atacado, o presidente insano desistiu do projeto, mas baixou o Decreto 1.131 / 2024, prorrogando o orçamento da área de 2023 para o segundo ano consecutivo, o que na prática significou uma drástica redução, dada a inflação gigantesca.
Já com o Decreto 1.138 / 2024, Milei extinguiu 15 diretorias e coordenações do Ministério da Saúde, incluídas as de tuberculose, hanseníase e hepatites virais. Saliente-se que os casos de tuberculose aumentaram 20% no último ano, as hepatites virais são as infecções mais prevalentes e a mortalidade por HIV é crescente no país.
Na última semana de 2025, o Ministro da Saúde argentino, Mario Lugones, demitiu 40% da equipe da Diretoria de Resposta ao HIV, Hepatite e Tuberculose. Segundo a Fundação GEP, trata-se de profissionais que há muitos anos contribuíram com sua experiência epidemiológica na luta contra essas doenças.
A destruição da saúde pública no que se refere a essas doenças relaciona-se claramente à correlação que Milei faz entre determinadas patologias e a homossexualidade. Faz parte de um ataque ao coletivo LGBT+, o qual, para o mandatário medieval, é composto de pedófilos e abusadores, como ele próprio disse no Fórum de Davos, para espanto do mundo civilizado.
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