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      Décio Lima

      Presidente do Sebrae Nacional

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      Façam suas escolhas

      Nossas decisões estão cada vez mais vinculadas ao que as big techs ditam: o que vestir, o que comer, o que pensar, como proceder

      (Foto: Divulgação)

      Na prateleira das big techs tem oferta para todos os gostos. É inegável que as gigantes tecnológicas estão ditando as regras econômicas e sociais pelo mundo. A pesquisa de dados pode começar pelo Google, que figura entre as quatro maiores plataformas digitais do mundo, ao lado de Amazon, Uber e Airbnb, e se aprofundar nos vastos campos do novo feudalismo liderado pela Inteligência Artificial (IA), um dilema humanitário já abordado no artigo “Os novos senhores feudais”.

      Recentemente, foi lançado o Grok 3, do bilionário Elon Musk, que promete competir com o ChatGPT e com a chinesa DeepSeek. Seja na forma de sites de busca ou na versão de plataformas digitais de IA, as big techs estão se expandindo para todos os lados. Elas nos impõem duas reflexões: não se trata apenas de conquista de mercado, vai além, é uma questão de demarcação de território. Afinal, quem ganha a batalha conta a versão do vencedor. E é você quem faz a escolha. Será que o mesmo assunto pesquisado, com as mesmas palavras-chave, terá os mesmos resultados em todas as plataformas digitais de Inteligência Artificial? Ou teremos um resultado com a versão chinesa, outro com a americana e mais um com a versão "assustadoramente inteligente" de Musk, conforme anunciado? A resposta nos parece óbvia.

      Como afirmou o economista grego Yanis Varoufakis, o capitalismo é um sistema tão poderoso que atravessou diversas barreiras ao longo da história e, atualmente, mostra sua face mais cruel e tirânica por meio das big techs. Muitas delas atuam como casulos golpistas e estados paralelos. O capitalismo sofreu mutações e transformou essas plataformas em poderosos instrumentos de manipulação. Um exemplo claro é o Google: ao mesmo tempo que funciona como uma porta para democratizar o conhecimento, é também uma ferramenta que gera bilhões de dólares por meio de anúncios e publicidade que nós, meros cidadãos, não pedimos nem solicitamos em nossas buscas diárias.

      Desta forma, somos manipulados sem perceber. Nossas decisões estão cada vez mais vinculadas ao que as big techs ditam: o que vestir, o que comer, o que pensar, como proceder. Ponto! Estamos sendo transformados em vassalos acríticos desse controle invisível, onipresente e invasivo, que nos empurra para um mundo onde perdemos o direito de opinar, o direito de pensar. Por isso, façam suas escolhas. Não à toa, o presidente Lula tem dito que o Brasil precisa correr diante deste horizonte tormentoso. É imperioso avançar na regulamentação do uso e das normas para o funcionamento das redes sociais, que disseminam fake news, entre outras maquinações mais perversas e antidemocráticas. A regulamentação nada tem a ver com liberdade de expressão. Como qualquer atividade elas precisam estar subordinadas às leis brasileiras.

      Não podemos nos esconder atrás do argumento da liberdade de manifestação do pensamento quando o assunto é notícia deliberadamente falsa e a desinformação dolosa. Em todos os meios de comunicação há regras — seja o direito de resposta ou a punição por calúnia e difamação. Por isso, nos juntamos na defesa da tese central da tecnodemocracia, que busca fortalecer a democracia por meio da tecnologia, com o objetivo de envolver os cidadãos nas decisões políticas, econômicas e sociais — algo semelhante ao orçamento participativo, prática já comum nos municípios brasileiros.

      Com a tecnologia, é possível multiplicar a participação popular nas decisões orçamentárias com base nas necessidades de cada cidade e caminharmos celeremente para outros mecanismos da democracia direta. Também é viável ampliar o o ao seleto grupo que domina o sistema financeiro global. A tecnologia pode ser a chave para democratizar radicalmente a economia e o governo, reduzindo a influência das elites financeiras e promovendo maior justiça e participação social.

      Somos muitos, somos 95% das empresas brasileiras, mas representamos 30% do PIB brasileiro. Pode não parecer, mas a causa dos pequenos negócios também estão neste debate. Por isso, precisamos rever nossos valores, quem são os nossos deuses. Há vários exemplos no nosso território que mostram que a união faz a força, nas mais diversas formas de associativismo. Atuar com ética, com cooperação, com a pulverização de oportunidades e ampliando o o a renda, sempre será a melhor escolha.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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