Circo de horrores mostra colapso da democracia americana
"A selvageria cinematográfica exibida na ruptura entre Donald Trump e Elon Musk marca o mais recente desastre institucional"
A selvageria cinematográfica exibida na ruptura entre Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, e Elon Musk, um dos grandes bilionários do planeta, marca o mais recente desastre institucional do sistema político norte-americano, deixando um alerta de horrores e incertezas de alcance universal.
Assistiu-se, em tempo recorde e com cobertura espetaculosa dos grandes veículos de comunicação, a um espetáculo inesquecível sobre a selvageria incontrolável de um sistema político corrompido e falido, sem remédio à vista.
Dominadas pelo capital financeiro, sem o menor compromisso com as necessidades da maioria da população — em particular trabalhadores e demais camadas inferiorizadas —, as instituições norte-americanas pouco ou nada têm a oferecer para uma maioria de homens e mulheres que construíram a riqueza do país, seja nas décadas recentes, ou nos tempos de brutalidade e escravidão do período colonial, renovado, maquiado e até embelezado, mas jamais eliminado de uma vez por todas.
Em 2018, num livro de título profético ("Como as democracias morrem"), Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, professores na mesma Universidade de Harvard que se tornaria alvo preferencial de medidas reacionárias do governo Trump, denunciavam fraquezas e imes do sistema político norte-americano.
Num tom sempre moderado, de espírito funcionalista, despido de qualquer radicalismo, os autores falavam em "deslizamento gradual para o autoritarismo" para denunciar a doença histórica de um regime incapaz de dar respostas eficazes às necessidades da maioria da população.
Não era um alerta isolado, mas diagnóstico partilhado por vários setores da sociedade norte-americana, como o jornal New York Times, que, na mesma época, denunciou um "deslizamento gradual para o autoritarismo".
Sete anos depois, as incertezas e dúvidas alimentadas nesses dias pela ruptura Trump-Musk apenas confirmam a profundidade da crise de um império incapaz de atender às necessidades da maioria da população, seja nos Estados Unidos, seja no resto do mundo.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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