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      Denise Assis

      Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

      834 artigos

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      Brasil vence batalhas na Itália e nossos soldados voltam para casa. Fim da guerra

      Todas as levas de soldados que chegaram ao Rio de Janeiro foram saudados como heróis pela população e familiares

      Soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB) posam com seus armamentos e munição no teatro de operações da Itália durante a Segunda Guerra Mundial (Foto: Arquivo Nacional)

      Neste 8 de maio, para a Europa e o Brasil, e dia 9 para os russos, por questão de cinco minutos no fuso horário, o mundo comemora os 80 anos do fim do nazismo e suas práticas nefastas. As datas marcam o fim da Segunda Guerra Mundial. A capitulação da Alemanha, portanto, tem duas datas distintas. A primeira rendição foi assinada em 7 de maio de 1945, em Reims, na França, pelo general Alfred Jo, representando o Alto Comando Alemão, e entrou em vigor em 8 de maio de 1945. O segundo documento foi assinado em 9 de maio de 1945, em Karlshorst, em Berlim, pelos marechais Wilhelm Keitel e Georgy Zhukov, representando o Alto Comando Alemão e o Exército Vermelho, respectivamente. Esses foram os documentos que selaram o fim da guerra oficialmente, e refletem as complexidades políticas e militares envolvidas na derrota da Alemanha.

      O Brasil esteve lá, atuando na campanha da Itália, conforme já foi descrito anteriormente, com 25.334 soldados. Desse total, perdemos 443 combatentes. Não deveríamos ter perdido nenhuma vida, mas levando em conta as condições em que combatemos, chega a ser surpreendente esse número. Foram bravos, foram competentes e iravelmente liderados pelo general João Batista Mascarenhas de Moraes, que com determinação anotou dos centímetros de gaze usada em cada curativo, à listagem completa de quantos embarcaram e desembarcaram, com seus respectivos regimentos, número de ordem e local de origem. 

      Ao ar pelo Aterro do Flamengo, e olhar para o Monumento aos Pracinhas, no Rio de Janeiro, tenham a certeza: ali estão listados todos os nomes dos nossos soldados. Há quem se refira ao monumento como o dos “soldados desconhecidos”. Levando-se em conta que de todos os que seguiram para a guerra, apenas 10 foram anotados como “desconhecidos”, chamá-lo assim chega a não ser muito próprio. 

      Tivemos, isto sim, corpos impossíveis de serem resgatados (muito poucos, se nos dermos conta do tamanho do contingente). Além dos 10 “desaparecidos”, cujo destino não foi possível descrever, após as batalhas, houve um total de 18 classificados como “extraviados”, foram os que por estarem em locais iníveis, não puderam ser trazidos de volta, porém, as anotações do general são meticulosas e precisas. E os feitos, para elogiar ou fazer ressalvas, estão lá, nos três volumes dos relatórios - guardados no Arquivo do Exército e no arquivo do Superior Tribunal Militar -, reproduzidos, com apoio de uma equipe reduzida, mas incumbida de resgatar cada agem da atuação do país na guerra.

      As agruras enfrentadas pela tropa estão detalhadas nas páginas 137 e 138 do Relatório 1, quando o general Mascarenhas de Moraes descreve os entraves e preparativos para a tomada de Monte Castello, onde os brasileiros depois dos perrengues, acabaram por se destacar. Confiram: 

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      Arquivo/STM

       

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      Arquivo/STM

      No quadro a seguir, é possível, ver contabilizados o número de soldados mortos na Segunda Guerra Mundial por unidade militar, e o que motivou o falecimento: 364 morreram em ação; 60, por acidente; 9, acometidos por alguma doença; 10 por “outros motivos” (sim, houve quem não tenha ado o horror da guerra e se matou e os que se envolveram em conflitos e acidentes de outra natureza que não fossem as batalhas). 

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      Arquivo/STM

      Os que morreram por motivos outros que não em ação, estão detalhados no quadrinho abaixo, por patentes:

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      Arquivo/STM

      É também impressionante o número de prisioneiros de guerra feitos pelos combatentes brasileiros, nas 30 cidades da Itália por onde aram travando batalhas. Para se ter uma ideia, se ao todo embarcaram para o palco da peleja 25.334 dos nossos, e eles fizeram 20.573 prisioneiros ao longo da campanha, conclui-se que foi quase um prisioneiro para cada combatente. Dentre eles, dois generais alemães, 892 oficiais e 19.679 praças. Isto, até 8 de maio de 1945, no dia do final da guerra, portanto. Confiram:

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      Arquivo/STM

      Por fim, um quadro em que foram anotados detalhadamente como se deu o embarque de volta para casa. Foram anotadas as unidades militares por ordem de embarque, o número de oficiais e praças por vez, e o nome do navio no qual foram retornados, constando a cidade onde embarcaram, data da partida e a de chegada. Um grupo de oficiais e praças vieram de volta por aviões. Todas as levas de soldados que chegaram ao Rio de Janeiro foram saudados como heróis pela população e familiares.

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      Arquivo/STM

      Ao tomar conhecimento da data de chegada dos pracinhas ao Rio de Janeiro, D. Darcy Vargas, esposa do presidente Getúlio Vargas, endereçou a eles uma carta em que justificava a sua ausência na recepção aos heróis de guerra.

      A dor da perda de um filho; Getúlio Vargas Filho, ou Getulinho, presidente da Federação Paulista de Futebol, que faleceu com apenas 23 anos de idade, em 1943, devido a problemas decorrentes da paralisia infantil, voltou com força, ao dimensionar o que sentiriam as mães dos que não voltaram. Foi o que traduziu em sua carta:

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      Arquivo/STM


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      Chegada dos pracinhas ao Rio de Janeiro (Foto: O Globo)

      (Conclusão da série de artigos sobre a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial) 

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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