América do Sul tem gás suficiente para não depender de ninguém
O que falta para essa abundância virar mais energia para o consumidor brasileiro?
Por Marcia Carmo, de Bariloche, na Patagônia Argentina
A América do Sul é riquíssima em recursos naturais e o gás está no centro do debate da integração regional. A Argentina possui um dos maiores complexos dessa energia no planeta, chamado de Vaca Muerta e que fica na província de Neuquén, na Patagônia, no Sul do país, e com ramificações produtivas em outras províncias como Mendoza e Río Negro.
O Brasil tem amplo interesse na importação do gás argentino de Vaca Muerta, especialmente em um momento de queda na produção na Bolívia. Este foi o assunto do do evento ‘Encontro de Energia e Produção - Río Negro 2025’, realizado em Bariloche.
O diretor de gás do Ministério brasileiro de Minas e Energia, Marcello Gomes Weydt, disse que os desafios são as definições de preços do gás que será importado da Argentina para o Brasil porque “é preciso estar atento ao preço que chegará ao consumidor brasileiro”.
O contou também com a participação do executivo da empresa brasileira Fluxus, Ricardo Savini, e teve a mediação do diretor do Brasil 247, Leonardo Attuch, e da economista e jornalista Estefanía Pozzo, do Buenos Aires Herald.
O diretor do Ministério de Minas e Energia disse, com riqueza de detalhes, que quando a equação ‘produção argentina e preço possível’ para o Brasil for alcançada, a região será menos dependente da importação do setor energético de outros continentes. Ele lembrou que há poucos dias foi realizado no Brasil uma reunião do grupo de trabalho bilateral que continuou discutindo o “grande desafio” de definir preços (do BTU e do transporte do gás da Argentina para o mercado brasileiro).
Hoje, por não ter para onde enviar parte do gás que produz no complexo de Vaca Muerta a Argentina queima o excedente, contou a jornalista do Herald. Ficou ainda mais claro nesse que os dois países se complementam. Como disse Marcelo, do Ministério de Energia, a Argentina tem o gás e o Brasil o mercado.
Falta, reiterou, a definição de uma politica tarifária de longo prazo. Ele disse que os outros países da região, como Paraguai e Uruguai, também aram a fazer parte das discussões sobre a distribuição dessa energia de baixo carbono.
O executivo da Fluxus disse que a empresa brasileira tem investimentos na Argentina e na Bolívia. A produção de gás está em queda no território boliviano por falta de investimentos e regras que atraiam novos investidores, dizem especialistas. Mas Savini, da Fluxus, disse que há gás na Bolívia e em Vaca Muerta e demanda para essas produções.
Os desafios no caso da Argentina e do Brasil incluem também questões de regulamentação, além das tarifas. Attuch sugeriu o ‘desafio’ de que esse acordo bilateral possa existir no Dia da Amizade entre os dois países em novembro. A plateia de executivos, analistas e jornalistas aplaudiu.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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