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      Francisco Calmon

      Ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça; membro da Coordenação do Fórum Direito à Memória, Verdade e Justiça do Espírito Santo. Membro da Frente Brasil Popular do ES

      146 artigos

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      Abril, mês de rememorar e denunciar

      Abril é o mês de memória, indignação e luta contra os golpes e atentados à democracia

      Militares ocupam as ruas após golpe de 1964 (Foto: Reprodução/TV Brasil)

      Mês de abril é para lembrar diuturnamente o que foi o golpe de 1964 e a ditadura militar que infelicitou uma nação em todos os seus tecidos institucionais e sociais.

      A geração de filhos e netos que foi atingida por sequelas transgeracionais da ditadura deve também herdar a memória, o espírito e o caráter de luta da geração combatente à ditadura.

      Evitar o vitimismo e a sobrevalorização da reparação e centrar na criminalização dos agentes das graves violações dos direitos humanos e pugnar pelas reformas do sistema, começando pelas recomendações da Comissão Nacional da Verdade, para que impeça tentativas e golpes ao Estado Democrático de Direito.

      A Justiça vem limpando as próprias fezes evacuadas durante o lavajatismo, porém, não há unidade no Supremo; sabemos que o ministro Fux, como declarou o ex-procurador Dallagnol, é lavajatista raiz, e promete “matar no peito” e faz gol contra.

      As pesquisas, seja para avaliação do governo Lula, seja para a projeção das eleições de 2026, estão menos para as estatísticas e mais para interesses políticos; entretanto, sem desprezá-las, é oportuno algumas considerações.

      As três refeições diárias, mais a picanha e a cervejinha de fim de semana, é a satisfação dos famélicos e de trabalhadores da classe média, porém, não fomenta e nem forma a consciência de classe.

      A mídia e os bolsonaristas têm conseguido pautar a sociedade conforme os seus interesses, geralmente deletérios, mas pergunta-se: qual a pauta do governo?

      Às vezes parece que o governo está em liberdade condicional e o Banco Central em total liberdade. Quem é o bandido dos juros altos? O Conselho Monetário Nacional ou o Banco Central? O CMN estabeleceu uma meta irrealista, mormente diante desse cenário internacional, e o BC aproveita para justificar os juros altos para ficar no centro da meta.

      Galípolo apresentou um sofisma ao dizer que tem compromisso inabalável com a meta de inflação ao invés da taxa de juros. Ora, essa separação não existe, é retórica, pois o único método que o BC tem para combater a inflação é aumentando os juros.

      A política do imperador dos EUA, Donald Trump, é inflacionária e atingirá todas as economias que fazem (ou faziam) parte da globalização; então, pensar e operar apenas com a metodologia da taxa de juros para combater a inflação é de uma miopia perigosa. Devemos nos espelhar na história de 29 e da pré-guerra mundial.

      Aparentemente, a política trumpista é irracional, além de irresponsável; contudo, pergunto: se um país tiver a convicção de que a Terceira Guerra é inevitável, fechar o país para ficar menos dependente de outros não é uma política coerente?

      Se o cenário desse nacional-imperialismo trumpista mina completamente o globalismo, por outro lado, impõe estudar e aproveitar as oportunidades para relativizar a dependência aos Estados Unidos.

      Se a guerra tarifária é preparativa para a guerra nuclear, esta possibilidade é favorável para o capitalismo brasileiro se expandir, embora não seja desejável que a guerra tarifária e para a guerra militar.

      São alvissareiras 1,2 mil manifestações simultâneas de costa a costa dos EUA. O movimento foi batizado de Hands Off ("Mãos ao Alto!"). A questão é: crescerá e alertará para algo mais grave que é a guerra total?

      Voltando um pouco às pesquisas, leva-nos também a refletir se um governo sem ministros protagonistas, que enfrente a oposição bolsonarista, como fazia magistralmente Flávio Dino, acaba por deixar o Lula muito desguarnecido, podendo padecer de fatiga de imagem!

      Quero crer que a ministra Gleisi tem capacidade de ser uma ministra-líder, se o Lula não puder. Neste 1º de abril, dos 61 anos do golpe, foi uma entre os poucos ministros, Macaé Evaristo, Rui Costa, Márcio Macedo, Luiz Marinho e Silvio Costa, que vieram a se manifestar; parece que a ordem anterior do Lula para não remoer o ado amordaçou os demais ministros.

      O ministro da JUSTIÇA não se manifestar é INCOMPREENSÍVEL. É verdade que mais e mais se volta para a Segurança, é mister voltar a debater a divisão em dois ministérios.

      O risco de tentativas e golpes à democracia continua e é perene, faz parte do DNA da República Brasileira e até então da impunidade que prevalecia; porém, não mais, as prisões e os processos aos militares e policiais da intentona de 8 de janeiro servirão como um o à justiça de transição reversa.

      Contudo, a demora na prisão cautelar de Bolsonaro é flerte com o risco de vida de personagens da República e do Estado de Direito.

      A polarização, muito embora prejudique a pluralidade da democracia, por outro, favorece ao Lula, que, conforme as pesquisas, em qualquer cenário venceria seus oponentes; todavia, reforço que esse tipo de pesquisa, faltando quase dois anos para as eleições, não tem confiabilidade, podemos até considerar um tanto quanto inútil, mas cabe a pergunta: interessa a quem?

      A inflação é o calcanhar de Aquiles do governo, e recai a culpa e o foco nos alimentos; há a inflação de serviços, que ocorre sempre que o salário-mínimo aumenta, do médico ao advogado, do eletricista ao encanador, os preços aumentam. É uma indexação que perdura na memória e na psicologia dos agentes econômicos e da sociedade.

      O filme Ainda Estou Aqui abriu uma fresta de luz sobre a penumbra que ainda paira sobre o período macabro de 21 anos de ditadura militar.

      Vamos abrir mais o foco!

      No ano ado, lançamos o livro “60 Anos do Golpe: Gerações em Luta”, escrito por 60 autores, com memórias, análises e proposições, cujo texto da contracapa, escrito pelo ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, vaticinou:

      “Tenho muito orgulho de apresentar esta lista de consagrados autores em suas expertises, garantia de um livro de conteúdo de excelência literária e política. Os artigos que compõem esta obra se unem num eixo essencial: a permanente luta pela democracia de todas e todos. ‘60 Anos do golpe: gerações em luta’ é uma obra para figurar entre os grandes compêndios da história”.

      Em um ano, foram vendidas 1,1 mil cópias. Queremos fazer um documentário sobre as estórias contadas no livro e desconhecidas do público em geral. (https://forum21br.com.br/politica/60-anos-do-golpe-geracoes-em-luta-e-book-inteiramente-gratis-pra-voce/)

      Este ano, coletivamente continuamos com a caminhada do silêncio, manifestações locais, e pude contribuir com o meu livro “Memórias e fantasias de um combatente”, no qual narro 77 anos de vida e 62 de militância, pela democracia e por um mundo justo.

      Para o livro coletivo nós fizemos lançamentos em mais de 7 capitais e 5 municípios, e o meu livro autobiográfico será lançado em algumas capitais, no próximo mês, dia 14/05/25, estarei no colégio Pedro II, seção de São Cristóvão, no qual frequentei por um pequeno período antes de ar para a clandestinidade.

      Abril é o mês de memória, indignação e luta contra os golpes e atentados à democracia.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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