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      Julimar Roberto

      Comerciário e presidente da Contracs-CUT

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      A fuga de Carla Zambelli apenas reafirma seu desprezo pela Justiça

      Zambelli simboliza uma forma de fazer política sustentada na radicalização, no desprezo pelas instituições e na inversão moral

      Carla Zambelli (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

      A recente fuga da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para o exterior, após sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), expõe com nitidez que parte da extrema direita brasileira só reconhece as instituições democráticas quando elas favorecem seus próprios interesses. Quando o Judiciário age dentro da legalidade, mas com rigor, a a ser tratado como um inimigo a ser combatido.

      Zambelli foi condenada a mais de dez anos de prisão por envolvimento na invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e por perseguição armada durante as eleições de 2022. O STF também determinou a perda de seu mandato. Frente a isso, em vez de responder com responsabilidade, a deputada optou por deixar o país sem informar sua localização — descumprindo medidas judiciais. Sua ausência levou a Procuradoria-Geral da República a pedir sua prisão preventiva, justamente por se tratar de uma autoridade em exercício que ignora as determinações legais.

      Mas acontece que, mesmo foragida, a deputada bolsonarista seguiu ativa nas redes sociais, apresentando-se como vítima de perseguição e pedindo doações via PIX. Uma estratégia recorrente entre figuras que, após exaustivas campanhas de desinformação, recorrem a seus seguidores mais fiéis para sustentar financeiramente seu discurso de martírio. O fato de sua localização ter sido revelada por um youtuber, e não por um órgão oficial, apenas reforça o grau de exposição pública e a teatralização em torno de sua fuga.

      Não se trata apenas de uma parlamentar em situação judicial delicada. Estamos diante de uma representante eleita que deliberadamente ignora o devido processo legal e desacredita o sistema de Justiça, ao mesmo tempo em que mobiliza recursos financeiros e simbólicos para manter sua base engajada. É uma tentativa clara de deslegitimar a punição e transformar condenações judiciais em palanques políticos.

      Zambelli não é exceção. Ela simboliza uma forma de fazer política sustentada na radicalização, no desprezo pelas instituições e na inversão moral, em que quem comete o crime se apresenta como vítima e quem aplica a lei é acusado de perseguição.

      O Estado Democrático de Direito, no entanto, não pode se curvar diante de narrativas distorcidas. A fuga de Carla Zambelli precisa ser tratada com a seriedade que merece. É dever das instituições garantir que ninguém esteja acima da lei — ainda que se esconda atrás de um mandato parlamentar ou de um perfil nas redes sociais.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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