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      Hildegard Angel

      Jornalista, ex-atriz, filha da estilista Zuzu Angel e irmã do militante político Stuart Angel Jones

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      A despedida de Mujica

      Mujica jamais se dobrou aos fascínios dos cargos, vaidades, ambições

      Chegada de autoridades ao Congresso Nacional para a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Ex-Presidente do Uruguai, José Mujica (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

      A despedida de um grande homem, um grande latino americano.

      Um homem essencialmente honesto, materialmente, intelectualmente, ideologicamente, espiritualmente.

      Um homem que não se deixou seduzir pelo poder e pelo ter.

      Sua grandeza espiritual, sua coerência o iluminam.

      Um cidadão exemplar.

      Preso, punido, torturado, sofreu o pão que o diabo amassou, totalmente isolado e solitário, tendo apenas o privilégio de ouvir as batidas na parede pelo preso no cárcere ao lado, seu companheiro de luta e crença. Ambos militantes políticos pela igualdade, a justiça social, a democracia. 

      Espécimen raro de ser humano, digno de ser observado e irado, nessa hora em que a Humanidade se reduz, assistindo imível a um genocídio em tempo real.

      Mujica jamais se dobrou aos fascínios dos cargos, vaidades, ambições.

      Até o fim, foi leal: à sua causa, à sua companheira, a seus princípios, a seus ideais.

      Um homem que tem, teve e cultivou ideais legítimos. Não apenas nos discursos, mas na vida que praticou e ainda temos a alegria de vê-lo praticar. 

      A despedida de um herói, que não foi morto pelo inimigo, mas ousou sobreviver apesar dele, com dignidade plena, sem se modificar, sem se inebriar pelos elogios, as bajulações, as glórias.

      Um homem cujo símbolo máximo de ostentação é um fusquinha velho, que ele próprio conduz.

      Sem tapetes vermelhos.

      Um chefe de estado totalmente diverso de todos os demais.

       Não vou lhe dizer adeus.

      Que Deus o mantenha vivo, mesmo que seja apenas dentro de nós.

      Mujica nos mostrou que não precisamos de ídolos nem de mitos. 

      Precisamos de Mujicas.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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