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      Elisabeth Lopes

      Advogada, especializada em Direito do Trabalho, pedagoga e Doutora em Educação

      63 artigos

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      A composição que envergonha os brasileiros

      Glauber Braga, após 9 dias de greve de fome em protesto contra os ímpios da direita e extrema direita, ainda está aqui!

      (Foto: Câmara dos Deputados)

      O Congresso Nacional Brasileiro transformou-se numa instituição perigosa por sua composição expressiva de políticos desqualificados. Embarcaram na vida política motivados pelo oportunismo da forte ascensão da extrema direita no país e no mundo. 

      Esse fenômeno relacionado à dinâmica que alimenta o acúmulo de um sistema econômico predador tornou-se a tempestade perfeita para lançar nas instituições representativas figuras reacionárias de índole extremista. 

      Com bandeiras do privatismo, do recrudescimento das funções sociais do Estado, do conservadorismo nos costumes, da destruição de políticas públicas conquistadas a duras penas em favor do povo, das infrações aos direitos humanos e da desconsideração da ciência, as personas regressistas seguem incólumes no parlamento.  Elege-se quem se alia aos valores impostos pelo mercado financeiro. Donald Trump é um exemplo desse retrocesso, do despotismo desenfreado, da soberba do poder econômico no domínio político das sociedades e na fragilização das democracias.

      O caldo desses valores é pulverizado, em máxima medida, por mecanismos estratégicos, como a mídia hegemônica financiada pelo rentismo e pela avalanche das comunicações velozes, manipuladas pelos algoritmos influenciadores das Big Techs. 

      Em breves resenhas fazem a cabeça das populações vinte quatro horas por dia. Como não sucumbir à lavanderia corrosiva nos cérebros sofridos e ressentidos? Parte do povo cai na lábia do discurso populista da direita limpinha e das falsas promessas de prosperidade pela extrema direita, pois tem pressa em sanear suas necessidades, timidamente atingidas pelos limites e possibilidades dos governos progressistas, em meio aos determinantes do mercado na política.

      Movidos por reincidentes descontentamentos, o povo sucumbe na armadilha do novo, que na realidade é o velho que não permite mudanças. É o atrasado, é o que mantém o povo onde está. É a desesperança pela desigualdade abissal entre possuidores e despossuídos.

      Nesse movimento marcado por um período de intenso obscurantismo surge em 2018, a candidatura bizarra e abominável de um político de extrema direita, em oposição a um ilibado candidato progressista. 

      Nessa conjuntura adversa, o Jornal Estadão, grilo falante da direita e da extrema direita, publicou na véspera das eleições presidenciais de 2018 um artigo, referindo que: “a opção entre Fernando Haddad e Bolsonaro, constituía uma escolha difícil”. 

      Venceu o parlamentar, que em 27 anos na Câmara Federal produziu apenas dois projetos irrisórios, em detrimento de Hadda com sua exitosa e íntegra carreira de professor de Ciência Política na Universidade de São Paulo e de político, como Ministro da Educação de 2005 a 2012 e Prefeito da cidade de São Paulo de 2013 a 2016. 

      A escolha difícil recaiu sobre um político sem limites no que há de mais grotesco. A população ficou quatro anos submetida a uma istração torpe e incompetente, tanto no plano interno do país, como nas relações exteriores. O fim do governo do inelegível não destoou de suas origens destrutivas e da tentativa de usurpação subsequente da democracia. 

      As consequências do péssimo e desastroso governo ainda se propagam no país. O fatídico Projeto de Lei para anistia dos participantes dos atos do golpe ao Estado de Direito, é um exemplo do execrável legado do ex Presidente e réu em ação penal por planejar e tentar efetivar um golpe Estado, que por muito pouco não se efetivou na íntegra.

      Por meio de uma ação barulhenta da bancada do Partido Liberal de Bolsonaro e mediante s de 262 deputados, inclusive dos partidos do centrão que participam do governo federal, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ) protocolou o Projeto de Lei da Anistia, contrariando a opinião de 56% da amostra pesquisada pela Genial Quaest, que considera que os envolvidos nos atos de 08/01/23 devem permanecer presos. 

      Com a desculpa de livrar a massa de manobra e de supremacistas condenados, a intenção primeira dos bolsonaristas foi a de oportunizar a anistia para os coordenadores do golpe: Bolsonaro, Braga Neto e companhia da camiseta verde e amarela. Como de costume, a extrema direita focou, de modo espúrio, em mais uma empreitada vergonhosa. 

      Entretanto, ainda que encaminhado com o selo de urgência, esse PL não está entre os projetos essenciais, segundo declarações do Presidente da Câmara. Hugo Motta (Republicanos-PB) referiu que submeterá às lideranças dos partidos, antes de pautar a proposta no plenário. Com conteúdo que não se sustenta juridicamente, ainda que seja aprovado, esse projeto será barrado na Suprema Corte. 

      Sem pauta honesta para o país, a composição extremista de direita da câmara macula sua representação. Além de ineptas, não atendem os interesses de desenvolvimento do país. A câmara nunca foi tão nociva ao povo, sobretudo, pelos grupelhos mais radicais. 

      Nesse espectro caótico, até o Jornal Estadão, que sempre subvencionou a direita liberal e a extrema direita, publicou em 12/04/25, uma reportagem emblemática com a seguinte síntese: “As forças políticas deveriam se preocupar com a crise global, e não com a ‘anistia’ a Bolsonaro. Está na hora de deixar a Justiça cuidar do ex-presidente. O Brasil tem mais o que fazer” (Disponível em: https://brasil247.informativomineiro.com/opiniao/bolsonaro-atrapalha-o-brasil/?). Os segmentos das forças da direita e mídia corporativa, ambas subservientes e aliadas ao rentismo, já estão a todo vapor no processo de substituição do réu que caiu em desgraça, por um candidato mais palatável, supostamente moderado a exemplo de Tarcísio de Freitas, discípulo do bolsonarismo. 

      As práticas dessas correntes, no campo internacional e nacional se traduzem com a mesma ênfase fascista. Armam circos de terror na tentativa de esmagar as vozes progressistas, como Temer e Eduardo Cunha no ilegal impeachment da Presidenta Dilma; como nos atos da operação Lava Jato e a prisão do Presidente Lula, depois de um indevido processo legal; como Arthur Lira (PP-AL), em sua prepotência vulgar e suspeita; como na corrupção que se alastra nas distribuições das emendas parlamentares; e por fim, como o plano de livrar das consequências penais, os autores que tentaram ceifar a frágil democracia brasileira. 

      Atuam com vingança, como na recente recomendação pelo Conselho de Ética da Câmara, para cassar o mandato do deputado Glauber Braga (Psol) por este ser a voz das denúncias dos desvios no Orçamento Secreto, coordenado pelo Arthur Lira, enquanto Presidente da Câmara. 

      A direita não tolera as vozes que denunciam a sujeira dos políticos, que fazem do erário público seu trampolim para angariar fortunas, surrupiando o povo que tem fome, que luta absurdamente para sobreviver com seu mísero salário mínimo.  Os políticos progressistas que fazem de sua representação um espaço corajoso de luta pelos direitos sociais, pela melhoria de vida da população, são atacados injustamente. 

      Glauber Braga, após 9 dias de greve de fome em protesto contra as ações dos ímpios da direita e extrema direita, ainda está aqui!

      Ao colocar a sua própria vida em risco, demonstra ao Brasil, sua honrada trajetória na vida política, sua vontade de transformar o Brasil num país em que todos possam viver bem e com dignidade. 

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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