80 anos da vitória: apesar do malabarismo ocidental, o nazifascismo foi derrotado a partir de Stalingrado
Não foi o “general inverno” quem derrotou os nazistas na URSS, foi o Exército Vermelho e o povo soviético que resistiu armado e expulsou as tropas invasoras
Às 22:43 horas, horário da Europa Central (CET), no dia 8 de maio de 1945, em Berlim, a Alemanha nazista assinou o instrumento da rendição frente ao Exército Vermelho da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e demais aliados. O documento determinava que a Wehrmacht (exército da Alemanha nazista) daria por encerrado os combates contra as forças aliadas em todas as frentes a partir das 23:01 horas daquela noite. Neste horário, já era dia 9 de maio em Moscou. Assim, embora o exército alemão já tivesse se rendido em diversas frentes, a Batalha de Berlim só teve fim naquele dia 8 de maio, no horário alemão, dia 9 de maio, no fuso soviético.
Portanto, o dia 9 de maio de 1945 marca o momento em que as tropas do Exército Vermelho derrotaram definitivamente o que restava do exército da Alemanha nazista, pondo fim à Segunda Guerra Mundial.
A data é celebrada como o Dia da Vitória da Grande Guerra Patriótica contra o invasor nazifascista.
Desde o início da chamada guerra fria, principalmente a partir de 1947, as potências ocidentais iniciaram um processo de revisionismo histórico que permanece e tem se aprofundado nos últimos anos no sentido de tirar o principal protagonismo da URSS.
Como vivemos em tempos de novos fascismos, tempos de pós-verdade, tempos de decadência do sistema imperialista, mais uma vez é mobilizado todo o arsenal propagandístico do ocidente, o seu aparato midiático, a indústria cultural, meios de comunicação de massa, indústria cinematográfica, pronunciamentos de líderes ocidentais etc, no sentido de invisibilizar o papel desempenhado pela URSS, o Exército Vermelho e o povo soviético em nome da luta da humanidade contra a barbárie nazifascista.
Nos 80 anos da vitória contra o nazifascismo vemos que a disputa por uma narrativa negacionista e revisionista ganhou força nos meios ocidentais.
Apesar do ridículo das autoridades europeias censurarem as manifestações pela vitória soviética e de Trump dizer há poucos dias que se trata da “vitória dos Estados Unidos”, a verdade é outra.
O negacionismo ocidental é vergonhoso, além de patético, chegando a censurar as celebrações marcadas para Moscou, pressionando líderes de países que aceitassem o convite para participar das festividades pela vitória.
A grande imprensa corporativa brasileira - como a ocidental - mostra-se indignada com a viagem do Presidente Lula para Moscou para participar do evento no dia 9 de maio pelos 80 anos da grande vitória da humanidade contra a barbárie. Não podemos esquecer que são os mesmos que invisibilizam o genocídio contra o povo palestino e enaltecem o Estado terrorista sionista de Israel, os mesmos que am o pano para os neofascismos e a sua expressão econômica neoliberal, os mesmos que naturalizam a barbárie do nosso cotidiano. Além do “viralatismo” das nossas elites, líderes europeus, em nome do chamam “valores do ocidente” ou “valores europeus” rechaçam a celebração do fim do nazismo em Moscou. Quais seriam os tais “valores ocidentais” ou “europeus” a serem preservados? Não podemos esquecer que os fascismos, como as suas variantes nazista, sionista e o colonialismo, não foram invenções dos povos da América Latina, África, Ásia ou Oceania. Foram criações europeias, da tão civilizada Europa Ocidental, são o lado sombrio da modernidade ocidental. Afinal de contas, de que valores europeus ou ocidentais estamos falando?
Somos obrigados a voltar aos fatos históricos para restabelecer a verdade sobre quem foi o maior responsável pela vitória na Segunda Guerra Mundial. No final da guerra e nos anos posteriores não existiam dúvidas sobre o protagonismo soviético na luta para derrotar a Alemanha nazista.
Mas temos que incluir outra pergunta para que seja possível desmontar a verdadeira censura das chamadas democracias ocidentais sobre o protagonismo soviético. Quando, realmente, se deu a derrota da Alemanha nazista? Como eu disse anteriormente, nos anos da guerra e nos anos seguintes ao seu término, ninguém tinha dúvidas ou ocultava que a derrocada do nazismo se deu com a derrota da Wehrmacht na Batalha de Stalingrado, em 2 de fevereiro de 1943.
Vamos aos fatos.
Desde a chegada de Hitler ao poder, em janeiro de 1933, as denominadas democracias ocidentais mantinham uma política ambígua em relação ao desenvolvimento do fascismo na Europa. A partir de junho de 1936, com o golpe militar do General Franco na Espanha contra o governo eleito da Frente Popular na República Espanhola teve início da Guerra Civil que durou até 1939. As chamadas democracias do Ocidente, Reino Unido, França, Estados Unidos, fizeram vistas grossas e se omitiram em relação à participação direta de tropas do exército fascista de Mussolini e de aviões nazistas da Legião Condor da Luftwaffe, os mesmos que mantiveram bombardeios diários sobre Madrid e que destruíram Guernica, no País Basco.
A pretexto de garantir a paz na Europa, a política conciliatória e ambígua de apaziguamento das potências ocidentais chegaria ao seu ápice no dia 29 de setembro de 1938 na Conferência de Munique, com a participação da Alemanha, Reino Unido, França e Itália (um ano antes da invasão da Polônia pela Wehrmacht, em 1 de setembro de 1939, dando início à segunda guerra mundial). Naquele dia foi assinado o Acordo de Munique, dando sinal verde para que os alemães invadissem a Tchecoslováquia e ocuem os Sudetos.
No cenário de modernização tardia do capitalismo alemão, o expansionismo era colocado como uma necessidade fundamental, estando baseado no princípio do Lebensraum (espaço vital) como direito de expansão e conquista para o seu desenvolvimento. Os territórios a serem ocupados como “espaço vital” estariam a leste, como também nas regiões ocupadas por povos de origem étnica germânica, Áustria, países nórdicos. Assim, não se tratava apenas dos territórios perdidos no Tratado de Versalhes com o fim da 1ª. Guerra Mundial ou áreas contíguas onde existisse população de etnia germânica. O projeto era mais amplo, pois envolvia um objetivo estratégico para o desenvolvimento do capitalismo alemão em busca de novos territórios, fontes de matérias primas e energia, além de mão de obra submetida sob condições coloniais de escravidão, em especial os povos eslavos.
Pouco antes do início da guerra com a invasão da Polônia, no dia 23 de agosto de 1939, foi assinado o Tratado de não agressão Germano-Soviético, Pacto Molotov-Ribbentrop. Existe um grande debate sobre o significado deste acordo. No entanto, é fundamental termos a precisão de indicar que tal acordo possibilitou a URSS ganhar tempo para organizar as suas defesas, pois era esperado que em algum momento seriam atacados pela Alemanha nazista.
A agressão sobre a Polônia começou no início de setembro de 1939 e logo o Reino Unido e França declararam guerra à Alemanha. Assim, as forças de Hitler se voltaram para o oeste e foram ocupando toda a parte ocidental da Europa. O exército francês, por exemplo, resistiu pouco mais de um mês à blitzkrieg.
Com o território da Europa Ocidental ocupado pelas forças do Eixo (Alemanha e Itália), com aliados na Península Ibérica (ditaduras fascistas de Portugal de Salazar e Espanha de Franco) e o Reino Unido isolado, as forças do 3º Reich deram início aos preparativos para a sua escalada expansionista para o leste europeu.
No dia 22 de junho de 1941 foi iniciada a Operação Barbarossa, com a invasão da URSS pelas tropas alemãs. Os objetivos eram a ocupação da parte ocidental da URSS, a limpeza étnica e escravização dos povos eslavos, a instalação de colônias de povoamento de alemães, ocupação e exploração das reservas de petróleo do Cáucaso, uso dos recursos agrícolas soviéticos e abertura do caminho para a Índia. A invasão da União Soviética abriu a chamada Frente Russa ou Frente Oriental da guerra. Enquanto isso, a chamada Frente Ocidental estava praticamente sem guerra. Como dito antes, sob completa ocupação alemã, com governos aliados como os regimes fascistas ibéricos, a regime colaboracionista de Vichy (O Regime de Vichy foi o governo pró-nazista estabelecido pelos alemães em parte do território francês, liderado pelo marechal Philippe Pétain).
A Operação Barbarossa mobilizou cerca de 4 milhões de soldados, a maior força militar de ataque em toda a história das guerras em uma extensão territorial de fronteira de quase 3.000 quilômetros de extensão. Além dos quase 4 milhões de soldados, foram empregados na ofensiva mais de 600 mil veículos, tanques, peças de artilharia e cerca de 700 mil cavalos. As tropas nazistas penetraram o território soviético, assam milhões de judeus soviéticos, chegaram às portas de Moscou e Leningrado.
No momento em que se iniciou a Operação Barbarossa, as potências ocidentais esperavam que os nazistas fizessem o trabalho sujo e destruísse a URSS para depois enfrentar os alemães ou negociar a paz.
O momento inicial da ofensiva da Frente Russa levou a inúmeras vitórias das tropas nazistas, ocupação da Ucrânia Soviética e cerco de Moscou, onde a ofensiva ficou paralisada pela resistência soviética. Na Batalha de Moscou o Exército Vermelho infligiu as primeiras derrotas ao exército de Hitler desde o início da guerra, em 1939.
A Frente Oriental ou Frente Russa era o terror de qualquer soldado alemão convocado para se deslocar do cenário do ocidente europeu, onde os enfrentamentos se davam não mais contra exércitos nacionais, mas contras as resistências dos países ocupados, na Itália, França e Países Baixos. A batalha da Inglaterra durou o tempo suficiente para a Alemanha se dar conta que dificilmente conseguiria ocupar as ilhas britânicas. Ao voltar todo o seu esforço de guerra para a Frente Oriental, contra a URSS, Hitler e os seus generais davam início aos seus objetivos estratégicos, de ocupar, desmembrar e ter controle das grandes riquezas do enorme território soviético, escravizando seus povos, considerados inferiores, e abrindo caminho, a partir do Rio Volga, para marchar, atacar e ocupar a Índia britânica. Era o projeto expansionista para controlar territórios, populações e fontes de energia e matérias primas necessárias para o capitalismo alemão.
Na verdade, o ponto de virada na guerra foi a Batalha de Stalingrado, entre 23 de agosto de 1942 e 2 de fevereiro de 1943.
A vitória do Exército Vermelho e do povo soviético em Stalingrado foi uma vitória da humanidade contra a barbárie e marcou o começo do fim para Hitler e o nazifascismo.
Foi um momento trágico, mas heroico. Um momento em que o mundo acompanhava pelas ondas de rádio as notícias que vinham da maior batalha da história da humanidade. Em Stalingrado se jogava não apenas do futuro da URSS, mas da humanidade. Perder em Stalingrado poderia se o caminho para a vitória final da Alemanha nazista. Os atos de esperança e heroísmo do povo soviético ficaram marcados pelo poeta Carlos Drummond de Andrade em seu poema Stalingrado:
Stalingrado
Carlos Drummond de Andrade
Depois de Madrid e de Londres, ainda há grandes cidades! O mundo não acabou, pois que entre as ruínas outros homens surgem, a face negra de pó e de pólvora, e o hálito selvagem da liberdade dilata os seus peitos, Stalingrado, seus peitos que estalam e caem, enquanto outros, vingadores, se elevam.A poesia fugiu dos livros, agora está nos jornais. Os telegramas de Moscou repetem Homero. Mas Homero é velho. Os telegramas cantam um mundo novo que nós, na escuridão, ignorávamos. Fomos encontrá-lo em ti, cidade destruída, na paz de tuas ruas mortas mas não conformadas, no teu arquejo de vida mais forte que o estouro das bombas, na tua fria vontade de resistir.Saber que resistes. Que enquanto dormimos, comemos e trabalhamos, resistes. Que quando abrimos o jornal pela manhã teu nome (em ouro oculto) estará firme no alto da página. Terá custado milhares de homens, tanques e aviões, mas valeu a pena. Saber que vigias, Stalingrado, sobre nossas cabeças, nossas prevenções e nossos confusos pensamentos distantes dá um enorme alento à alma desesperada e ao coração que duvida.Stalingrado, miserável monte de escombros, entretanto resplandecente! As belas cidades do mundo contemplam-te em pasmo e silêncio. Débeis em face do teu pavoroso poder, mesquinhas no seu esplendor de mármores salvos e rios não profanados, as pobres e prudentes cidades, outrora gloriosas, entregues sem luta, aprendem contigo o gesto de fogo. Também elas podem esperar.Stalingrado, quantas esperanças! Que flores, que cristais e músicas o teu nome nos derrama! Que felicidade brota de tuas casas! De umas apenas resta a escada cheia de corpos; de outras o cano de gás, a torneira, uma bacia de criança. Não há mais livros para ler nem teatros funcionando nem trabalho nas fábricas, todos morreram, estropiaram-se, os últimos defendem pedaços negros de parede, mas a vida em ti é prodigiosa e pulula como insetos ao sol, ó minha louca Stalingrado!A tamanha distância procuro, indago, cheiro destroços sangrentos, apalpo as formas desmanteladas de teu corpo, caminho solitariamente em tuas ruas onde há mãos soltas e relógios partidos, sinto-te como uma criatura humana, e que és tu, Stalingrado, senão isto? Uma criatura que não quer morrer e combate, contra o céu, a água, o metal, a criatura combate, contra milhões de braços e engenhos mecânicos a criatura combate, contra o frio, a fome, a noite, contra a morte a criatura combate, e vence.As cidades podem vencer, Stalingrado! Penso na vitória das cidades, que por enquanto é apenas uma fumaça subindo do Volga. Penso no colar de cidades, que se amarão e se defenderão contra tudo. Em teu chão calcinado onde apodrecem cadáveres, a grande Cidade de amanhã erguerá a sua Ordem.
Do livro Rosa do Povo (1945). In Carlos Drummond de Andrade. Poesia e Prosa. Rio de janeiro, Editora Nova Aguilar, 1983.
Sobre o papel do povo soviético na resistência contra o invasor nazifascista devemos lembrar os atos heróicos das jovens atiradoras de elite (snipers). Uma delas ficou muito conhecida sendo homenageada, em 1946, pelo compositor e cantor estadunidense antifascista Woody Guthrie com a canção folk “Miss Pavlichenko”.
Letra:
Miss Pavlichenko
Canção de Woody Guthrie
Miss Pavilichenko é bem conhecida pela fama Miss Pavilichenko's well known to fame A Rússia é o seu país, lutar é o seu jogo Russia's your country, fighting is your game O mundo inteiro vai amá-la por muito tempo, The whole world will love her for a long time to come, Por mais de trezentos nazistas caíram pela sua arma For more than three hundred nazis fell by your gunCaiu pela sua arma, sim, Fell by your gun, yes, Caiu pela sua arma Fell by your gun Por mais de trezentos nazistas caíram pela sua arma For more than three hundred nazis fell by your gunMiss Pavlichenko é bem conhecida pela fama Miss Pavlichenko's well known to fame A Rússia é o seu país, lutar é o seu jogo Russia's your country, fighting is your game Seu sorriso brilha tanto quanto qualquer novo sol da manhã Your smile shines as bright as any new morning sun Mas mais de trezentos nazidogs caíram pela sua arma But more than three hundred nazidogs fell by your gunCaiu pela sua arma, sim, Fell by your gun, yes, Caiu pela sua arma Fell by your gun Por mais de trezentos nazistas caíram pela sua arma For more than three hundred nazis fell by your gunEm suas montanhas e desfiladeiros quietos como os cervos In your mountains and canyons quiet as the deer Em suas grandes árvores, sem conhecer o medo Down in your bigtrees knowing no fear Você levanta sua visão e desce um querido You lift up your sight And down comes a hun E mais de trezentos nazidogs caíram pela sua arma And more than three hundred nazidogs fell by your gunCaiu pela sua arma, sim, Fell by your gun, yes, Caiu pela sua arma Fell by your gun Por mais de trezentos nazistas caíram pela sua arma For more than three hundred nazis fell by your gunNo calor quente do seu verão, na neve fria do inverno, In your hot summer's heat, in your cold wintery snow, Em todos os tipos de clima você rastreia seu inimigo In all kinds of weather you track down your foe Este mundo vai adorar seu doce rosto da mesma forma que eu, This world will love your sweet face the same way I've done, Porque mais de trezentos cães nazzy caíram pela sua arma 'Cause more than three hundred nazzy hound fell by your gunCaiu pela sua arma, sim, Fell by your gun, yes, Caiu pela sua arma Fell by your gun Por mais de trezentos nazistas caíram pela sua arma For more than three hundred nazis fell by your gunEu odiaria cair de paraquedas e pousar um inimigo em sua terra I'd hate to drop in a parachute and land an enemy in your land Se o seu povo soviético dificulta tanto os homens invasores If your Soviet people make it so hard on invadin' men Eu não desejaria encontrar o lado errado da arma de uma senhora tão bonita I wouldn't crave to meet that wrong end of such a pretty lady's gun Se o nome dela fosse Pavlichenko e o meu fosse Three O One If her name was Pavlichenko, and mine Three O One
Em Stalingrado a humanidade jogou o seu destino, e foi uma batalha cruel, onde as lutas se davam de quarteirão em quarteirão, de rua em rua, de casa em casa. Onde o Exército Vermelho e o povo soviético travou a maior batalha militar de toda a história em nome de toda a humanidade. Ali a Alemanha nazista começou a perder a guerra e começou a ser expulsa do território da URSS, com o avanço constante do Exército Vermelho rumo ao Ocidente, libertando os países do leste europeu, libertando Auschwitz e outros campos de concentração nazistas, entrando no território alemão, cercando e dando início à batalha final da guerra, a Batalha de Berlim, finalmente vencida no dia 8 de maio (ou 9 de maio no horário de Moscou) de 1945.
A URSS perdeu cerca de 25 milhões dos seus cidadãos (algumas fontes dizem que foram mais de 27 milhões de mortos soviéticos nos campos de batalha e nas perseguições das tropas nazistas). O Exército Vermelho derrotou mais de 80 % do exército nazista, enquanto menos de 20% foi derrotado pelas tropas britânicas e estadunidenses.
Tentar ofuscar o papel do povo soviético, da URSS e do Exército Vermelho na luta e vitória contra o nazifascismo tem sido o objetivo principal do revisionismo negacionista do sistema imperialista sob hegemonia do Ocidente-Estendido (o eixo anglo-estadunidense).
É bom lembrar que a Operação Barbarossa teve início em 1941 e desde meados de 1942 a URSS reivindicava que os Estados Unidos e Reino Unido abrissem a segunda frente de guerra como forma de obrigar a Alemanha a dividir o seu esforço militar. Somente em 6 de junho de 1944, mais de um ano e quatro meses depois da vitória em Stalingrado (2 de fevereiro de 1943), foi aberta a Frente Ocidental pelos Estados Unidos e Reino Unido, quando as tropas do Exército Vermelho já marchavam rumo a Berlim.
O cerco e batalha de Berlim teve início no dia 16 de abril de 1945, com a ofensiva final ocorrendo no dia 22 de abril, culminando com a capitulação total das forças nazistas na noite de 8 de maio.
O revisionismo ocidental ou a divulgar que a vitória contra o nazismo se deu a partir do chamado Dia-D, com o desembarque na Normandia de tropas estadunidenses, britânicas e canadenses, a partir de 6 de junho de 1944. Não se enganem, neste momento em que “o soldado Ryan entra em ação”, as tropas do Exército Vermelho já haviam derrotado o exército nazista em seu território e iniciavam a marcha em direção à Berlim.
Não se enganem, não foi o “general inverno” quem derrotou os nazistas na URSS, foi o Exército Vermelho e o povo soviético que resistiu armado e expulsou as tropas invasoras. E também não se enganem sobre o papel desempenhado pela URSS na vitória contra o nazifascismo na Segunda Guerra Mundial, não esqueçam o símbolo que marca a história e a memória da luta antifascista, a imagem eternizada da bandeira vermelha soviética com a foice e o martelo sendo hasteada no alto das ruínas do Reichtag, em Berlim.
Vila Nova de Gaia, Portugal, 08 de maio de 2025.
(80 anos da Vitória contra o nazifascismo)
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