Venezuela confirma proposta de criar zona binacional de paz e desenvolvimento com a Colômbia
Maduro destaca sucesso no combate ao narcotráfico na fronteira e convida governo Petro a formar aliança econômica e de segurança
247 - O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro, reiterou nesta quinta-feira (29), o chamado ao governo da Colômbia para a criação de uma Zona Econômica Binacional de Paz e Desenvolvimento, com o objetivo de enfrentar de forma conjunta os desafios da segurança fronteiriça por meio da cooperação produtiva e da atração de investimentos estrangeiros. A proposta foi reafirmada durante reunião de trabalho com autoridades eleitas e altas lideranças político-militares do país, conforme noticiado pela Telesur.
Segundo Maduro, a criação da zona binacional seria uma resposta estratégica ao histórico problema do narcotráfico e da violência armada na fronteira entre os dois países. “A Venezuela alcançou um feito ao libertar seus 2.200 quilômetros de fronteira com a Colômbia do controle do narcotráfico, dos cultivos ilícitos e dos grupos violentos”, afirmou o presidente. Ele destacou que os avanços se devem à atuação da Revolução Bolivariana e reforçou que a consolidação da paz exige desenvolvimento econômico, não apenas presença militar.
Durante o encontro, o chefe de Estado venezuelano ressaltou que o país está pronto para avançar democraticamente em direção a uma nova etapa de cooperação regional. A iniciativa ganha importância geopolítica no contexto da aproximação entre Colômbia e China, especialmente após o anúncio da entrada formal de Bogotá na Iniciativa do Cinturão e Rota, também conhecida como Nova Rota da Seda.
Em referência direta ao presidente colombiano Gustavo Petro, Maduro declarou: “Estamos prontos. Proponho, oficialmente, a criação de uma Zona Econômica Binacional entre a Venezuela e a Colômbia, com apoio da China e investimento do capital chinês para o desenvolvimento conjunto de nossas regiões de fronteira”.
Maduro também afirmou que vê na proposta um desdobramento do legado do comandante Hugo Chávez, que defendia a união das repúblicas que outrora formaram a Grande Colômbia. “Essa iniciativa não apenas reflete o legado do Comandante Chávez de uma nova Grande Colômbia, mas também representa um o em direção a uma união produtiva abrangente entre os dois países”, pontuou.
Durante a mesma reunião, o presidente revelou que novas operações contra grupos terroristas e narcotraficantes na fronteira geraram apreensões relevantes. Segundo ele, foi divulgada apenas uma parte das evidências coletadas, que incluem documentos escritos e dados sensíveis extraídos de celulares. Esses materiais, segundo Maduro, evidenciam a magnitude das ameaças que persistem na região fronteiriça.
A proposta venezuelana surge num momento de relativa reaproximação diplomática entre Caracas e Bogotá. Desde a posse de Gustavo Petro, o diálogo bilateral foi restabelecido após anos de tensões diplomáticas durante os governos anteriores. Ainda assim, persistem desafios políticos, comerciais e de segurança ao longo da fronteira de mais de dois mil quilômetros que separa os dois países.
Duas semanas atrás, em sua tradicional coletiva de imprensa, Maduro já havia saudado publicamente a visita de Petro a Pequim como parte da cúpula China-CELAC. Na ocasião, celebrou a nova fase de integração com a China e reafirmou a importância de articular os interesses de Caracas e Bogotá com os do gigante asiático.
O presidente venezuelano concluiu reiterando o chamado ao governo vizinho: “Estamos dispostos a trabalhar pela segurança, pelo desenvolvimento e pela paz. A China pode ser nossa aliada estratégica nesse caminho”.
A proposta de uma zona binacional entre Venezuela e Colômbia, respaldada por investimentos chineses, configura-se como uma possível plataforma para uma nova fase de integração e estabilidade na América do Sul, reforçando a importância do multilateralismo sul-sul no atual cenário internacional.
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