Sheinbaum responde ataques de Trump: “México é um país livre e soberano”

247 - A presidente do México, Claudia Sheinbaum, respondeu nesta segunda-feira (9) às declarações de Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, que voltou a ameaçar o México e o Canadá com sanções comerciais, informa o RT. Trump chegou a especular sobre a possibilidade de anexação dos dois países ao território norte-americano.

“Eu acho que devemos deixar de lado esse diálogo através dos meios de comunicação. Obviamente, o México é um país livre, soberano e independente, isso todos nós sabemos e assim devemos defendê-lo”, declarou Sheinbaum em uma coletiva de imprensa. 

No último domingo, Trump afirmou que, ao reassumir a presidência em janeiro próximo, irá rever o Tratado entre México, Estados Unidos e Canadá (T-MEC), acusando os dois países de serem “subvencionados” pelos EUA. “Estamos subsidiando o Canadá com mais de US$100 bilhões por ano. Estamos subsidiando o México com quase US$300 bilhões. Não deveríamos… Se vamos subsidiá-los, que se tornem um estado [dos EUA]”, disparou o presidente eleito.

Sheinbaum rebateu as acusações de “subsídio”, explicando que Trump se referia ao crescimento das exportações mexicanas para os Estados Unidos, que hoje superam as importações norte-americanas. Segundo ela, o acordo T-MEC trouxe vantagens significativas para todos os países envolvidos, incluindo os Estados Unidos.

“O presidente Trump foi quem assinou o T-MEC, e os EUA tiveram muitos benefícios com o tratado. Mais do que nos vermos como concorrentes, devemos nos ver como complementares. Chegará o momento de discutir esses benefícios com clareza”, afirmou.

A presidente mexicana também recordou uma proposta feita anteriormente por seu antecessor, Andrés Manuel López Obrador, para incluir o Caribe em uma estratégia econômica mais ampla para as Américas. A ideia seria criar uma rede de integração econômica capaz de competir com potências como a China.

“Eu concordo com essa visão. O México mantém relações comerciais com muitos países do mundo, mas, evidentemente, o mais importante é o T-MEC. No entanto, essa perspectiva de que todo o continente pode alcançar um desenvolvimento e potencial enormes é algo em que continuaremos insistindo”, enfatizou Sheinbaum.