EUA e Venezuela voltam a dialogar: Maduro propõe reconfiguração das relações

247 - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, recebeu nesta sexta-feira (31) o enviado especial dos Estados Unidos, Richard Grenell, em um encontro realizado no Palácio de Miraflores, em Caracas. Durante a reunião, Maduro propôs o estabelecimento de uma "agenda zero" entre seu governo e a istração de Donald Trump, sinalizando uma tentativa de redefinir as relações bilaterais entre os dois países.

O ministro da Comunicação e Informação da Venezuela, Freddy Náñez, detalhou a iniciativa: "O presidente Nicolás Maduro recebe o enviado especial de Donald Trump, Richard Grenell, e propõe uma agenda zero com o governo dos Estados Unidos". O termo faz referência a um possível reinício das relações diplomáticas, buscando estabelecer um novo ponto de partida entre Caracas e Washington, segundo a agência de notícias Sputnik.

Sanções e migração - De acordo com o governo venezuelano, a reunião abordou temas como o impacto negativo das sanções econômicas impostas pelos EUA à Venezuela e a questão migratória. O encontro ocorreu poucos dias após a revogação do Estatuto de Proteção Temporária (TPS, na sigla em inglês) para migrantes venezuelanos nos Estados Unidos. A medida, que havia sido prorrogada pelo ex-presidente Joe Biden antes de deixar o cargo, permitia que venezuelanos residissem nos EUA sem risco de deportação e obtivessem permissão de trabalho temporária.

Com a revogação do TPS pelo governo Trump, Maduro afirmou que seu país "abrirá os braços" para receber os venezuelanos deportados dos Estados Unidos. O tema da situação de cidadãos norte-americanos presos na Venezuela também foi discutido.

Novo capítulo? - Nas últimas semanas, Maduro tem demonstrado interesse em abrir um novo capítulo nas relações com os EUA. No início de janeiro, ele declarou que está disposto a "virar a página" e buscar um relacionamento baseado no respeito e na cooperação mútua. "Sempre pronto para virar a página e estabelecer relações de respeito, diálogo e cooperação com o governo dos Estados Unidos", afirmou o mandatário venezuelano em entrevista ao jornalista espanhol Ignacio Ramonet.