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      Cristina Kirchner diz à C5N que sistema midiático argentino protege o neoliberalismo cruel de Milei

      Ela afirmou que o sistema de comunicação atua como escudo do atual governo e silencia diante de políticas destrutivas para a maioria da população.

      Cristina Kirchner e Gustavo Sylvestre (Foto: Reprodução Youtube)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – A ex-presidenta argentina Cristina Fernández de Kirchner fez duras críticas ao governo de Javier Milei e ao papel da mídia durante entrevista ao jornalista Gustavo Sylvestre no programa Minuto Uno, da C5N. A conversa foi ao ar nesta segunda-feira (2) e está disponível na íntegra no YouTube (assista aqui). Cristina afirmou que o sistema de comunicação argentino atua como escudo do atual governo e silencia diante de políticas que classificou como destrutivas para a maioria da população.

      “O que estamos vivendo hoje é uma direita anti-Estado, muito cruel e um tanto esotérica”, declarou, ao comentar os ataques do governo Milei a áreas como saúde, educação e proteção social. “A motosserra entrou nas casas dos argentinos e destrói tudo com crueldade”, afirmou, referindo-se ao slogan usado por Milei para justificar cortes orçamentários.

      Cristina apontou que os meios de comunicação hegemônicos, que antes atacavam sua gestão, hoje se calam frente a retrocessos sociais: “Antes diziam que o problema eram as minhas formas, mas o que incomodava eram as políticas que fazíamos. Hoje, aceitam tudo em silêncio.” Para ela, a cumplicidade midiática legitima um modelo de ajuste permanente, sustentado por dólar barato, arrocho salarial e submissão ao Fundo Monetário Internacional.

      Ao traçar paralelos com períodos anteriores de crise, como a “plata dulce” da ditadura e a convertibilidade dos anos 1990, a ex-presidenta alertou: “Esse modelo econômico terminou mal no ado e vai terminar mal de novo.” Segundo Cristina, o único superávit cambial do país hoje provém dos recursos do FMI: “Isso transforma a dívida externa em um mecanismo de extorsão contra a economia argentina.”

      Durante a entrevista, Cristina também abordou a perseguição judicial que sofreu após deixar o governo, denunciando o lawfare conduzido durante a presidência de Mauricio Macri. “Desde 2015, quando Macri disse que nada do que era bom seria perdido, iniciou-se uma campanha de perseguição ao principal partido de oposição. E a mim, diretamente”, disse. “Eles receberam um país desendividado e não conseguiram fazer absolutamente nada.”

      Defensora histórica da unidade do campo popular, ela relatou os bastidores da eleição de 2019, quando indicou Alberto Fernández à presidência. Revelou que seu candidato inicial era o então ministro Eduardo “Wado” de Pedro e defendeu as eleições primárias (PASO) como ferramenta de democratização interna: “Sempre fui a favor da participação. A unidade não garante vitória, mas a divisão garante derrota.”

      Cristina também fez um apelo à reconstrução de um modelo produtivo nacional e à proteção dos trabalhadores: “Hoje, há empregados formais abaixo da linha da pobreza. Isso nunca havia acontecido durante um governo peronista. Precisamos realinhar salários, tarifas e câmbio. Senão, o crescimento continuará indo para os mesmos de sempre.”

      Ao longo da entrevista, a ex-presidenta mencionou com carinho o Papa Francisco, lembrando que recebeu dele um solidéu como presente de aniversário. “Quando lhe perguntei como combater a extrema direita, ele respondeu de imediato: com justiça social”, contou.

      Por fim, Cristina denunciou a deterioração das políticas culturais e educacionais, mencionando que durante seus governos mais de 900 filmes argentinos foram lançados, incluindo O segredo dos seus olhos, vencedor do Oscar. “Hoje, o governo não investe em cultura, não constrói fábricas, não inaugura obras. É um modelo de destruição”, concluiu. “A pátria está em perigo. E é hora de colocar o ombro para reconstruí-la.” Assista:

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